“Eles querem do lado de casa”: entrevistas com gestores municipais da Educação Infantil
Palavras-chave:
Expansão, escolaridade obrigatória, Educação InfantilResumo
Este artigo tem como objetivo analisar entrevistas realizadas no âmbito de uma pesquisa sobre a expansão da pré-escola no estado do Rio de Janeiro, compreendendo esse processo em quatro municípios da Região Metroplitana, identificando aspectos polêmicos, ambiguidades, desafios e avanços. A escolha pelo estudo da política de expansão da Educação Infantil deve-se à compreensão de que toda enunciação é de natureza social, ideologicamente marcada, e que é no cotidiano, em espaços de interação social, que os sujeitos constroem seus fazeres. Os discursos são produzidos por sujeitos situados, concretos, históricos. Os referenciais foram tecidos com vários autores, especialmente com a filosofia da linguagem de Bakhtin, com os estudos no campo da descentralização e da municipalização e da política da Educação Infantil (VILASBÔAS, PAIM, 2008, KRAMER, 2005, entre outros). O material revela a percepção dos gestores sobre as famílias, a ampliação da cobertura de creche e pré-escola, a formação e as demandas docentes. Este percurso analítico trouxe conclusões e proposições para as políticas, destacam-se: a existência de um olhar preconceituoso sobre as famílias que tem colaborado para a construção de uma relação assimétrica; a obrigatoriedade da pré-escola tem induzido os municípios a criarem estratégias de expansão, porém muitas respostas são arranjos precários; a baixíssima capacidade operativa dos municípios na construção de novas pré-escolas a partir de convênios federais; a distância da democratização da creche mostra-se expressiva até para os contextos privilegiados.
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