Afetividade , cognição e educação: ensaio acerca da demarcação de fronteiras entre os conceitos e a dificuldade de ser do homem

Autores

  • René Simonato Sant'Ana UFPR
  • Helga Loos UFPR
  • Márcia Cristina Cebulski SEED/PR

Resumo

Busca-se discutir os conceitos afetividade e cognição, e suas implicações na educação. Parte-se da ideia de que a diferença entre humanos e demais seres decorre da necessidade de aprender a ser; ou seja, das dificuldades de ser do homem, advindas desse exercício, e não o emprego puro e simples da racionalidade. Schopenhauer apresenta a hipótese de que as noções de tempo e espaço são resultado da sensibilidade e percepção acerca, re­spectivamente, dos fenômenos do movimento e das relações das coisas no mundo. Infere-se, então, que das relações estabelecidas ao longo de suas trajetórias existenciais entre as coisas e seres nascem os afetos, ou seja, os modos como as coisas (ou seres) afetam ou são afetadas em suas diversas manifestações. A tese deste ensaio sugere que a razão nada mais é do que a afetividade formatada ao modo humano: a resultante do sentido existencial entrecruzado à realidade. Logo não haveria supremacia da cognição em detrimento da afetividade, por serem um e mesmo fenômeno: o do enten­dimento da realidade; baseando-se nos afetos sentidos e percebidos pelo sujeito. Tal premissa pode contribuir com o pensamento educacional ao (re)integrar a afetividade e a cognição, ao contrário do que se vem praticando: um privilégio exacerbado da educação racionalista. Essa (re)integração pode ocorrer pela conjunção da Arte, da Filosofia e da Psicologia, o que, de certo modo, defende a Pedagogia Waldorf, de Rudolf Steiner.

Palavras-chave: afetividade; cognição; razão crítica; educação integral; pedagogia Waldorf.

Biografia do Autor

René Simonato Sant'Ana, UFPR

Graduado em Filosofia, Mestre em Educação e Doutorando em Educação pela Universidade Federal do Paraná

Helga Loos, UFPR

Graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte; Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Pernambuco; Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas. Professora do Departamento de Teoria e Fundamentos da Educação e da Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Paraná

Márcia Cristina Cebulski, SEED/PR

Graduada em Direito pela Universidade Federal do Paraná e em Educação Artística com habilitação em Artes Cênicas pela Faculdade de Artes do Paraná. Mestre em Educação e Doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Paraná. Professora de Rede Estadual de Educação do Paraná

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Publicado

2010-05-27

Como Citar

Sant’Ana, R. S., Loos, H., & Cebulski, M. C. (2010). Afetividade , cognição e educação: ensaio acerca da demarcação de fronteiras entre os conceitos e a dificuldade de ser do homem. Educar Em Revista, 26(36), p. 109–124. Recuperado de https://revistas.ufpr.br/educar/article/view/17585

Edição

Seção

Dossiê Temático