Palavras em Fúria: imagens de resistência e rebeldia femininas na literatura dos séculos XX e XXI - Parte II
Seção I: Diálogos Internacionais Sobre a Formação Inicial e Continuada de Professores de Línguas
Seção II: X SEAD: Luta de classes, gênero e raça
Boa parte das discussões teóricas mais relevantes que embasaram e embasam os estudos da tradução literária provém de culturas (e idiomas) que constituem o centro”da dita República Mundial das Letras, por mais que esse centro tenha se movido, é claro, ao longo do tempo: da Roma Imperial à França das Belles Infidèles, à Alemanha de Schleiermacher e aos Estados Unidos de Lawrence Venuti. Nos tempos atuais, contudo, essa centralização vem sendo mais relativizada, na mesma medida em que até os focos de interesse mais “hegemônicos” apontam para temas e abordagens que não apenas se desligam da ideia de “centro” mas ativamente questionam sua estabilidade: os estudos decoloniais, os estudos de gênero e mesmo a ecocrítica, que podem traduzir “éticas” e “teorias” da tradução que respondam a uma realidade que também se altera em termos de “mercado”, já que as culturas e idiomas centrais” há muito deixaram de ser os locais onde se produz mais tradução literária, e há muito deixaram também de ser os locais onde se consome mais tradução literária.
Diante dessa situação, este número da Revista Letras estará aberto a reflexões sobre a tradução literária “ex cêntrica”, que parte do centro (língua fonte) para a periferia (língua alvo), ou questiona ativamente as hierarquias tradicionais (patriarcais e coloniais), seja na seleção das obras traduzidas, nas estratégias efetivas de tradução, ou na inauguração de uma nova visada teórica. Da mesma maneira, aceitaremos reflexões sobre a tradução entre línguas, culturas e momentos não-hegemônicos (sul-sul, ou periferia-periferia).
Revista Letras - ISSN 0100-0888 (versão impressa) e 2236-0999 (versão eletrônica)