Diálogos sanitários interinstitucionais e a experiência de implantação do NAT-JUS

Autores/as

  • Cynara Monteiro Mariano Universidade Federal do Ceará
  • Felipe Braga Albuquerque Universidade Federal do Ceará
  • Emmanuel Teófilo Furtado Universidade Federal do Ceará
  • Fabricia Helena Linhares Pereira Universidade Federal do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.5380/rinc.v5i1.56027

Palabras clave:

diálogos interinstitucionais, direito à saúde, Núcleos de Apoio Técnico ao Judiciário, teorias dialogais, separação de poderes.

Resumen

O presente trabalho tem como objetivo analisar o uso excessivo das prestações judiciais em matéria de efetivação do direito à saúde, inclusive os problemas decorrentes dele. Para tanto, utilizar-se-á de um estudo exploratório e descritivo, com base bibliográfica, documental, legislativa e jurisprudencial, com análise de obras de referência brasileira e internacionais, jurisprudência e legislação. Apontar-se-ão, na teoria e na prática, alternativas que visem ao mesmo fim de efetivar o direito fundamental à saúde, contudo que estejam atentas às limitações decorrentes da separação dos poderes. Apresentar-se-á então as teorias dos diálogos institucionais como ferramentas teóricas à disposição do Poder Judiciário para, reconhecendo suas limitações técnicas e institucionais, buscar junto aos poderes formuladores de políticas públicas soluções para concretizar direitos sociais sem que importe em ferir o equilíbrio na relação entre os poderes. Analisa-se ao final um exemplo prático que comprova a aplicabilidade das ideias levantadas na pesquisa: o caso da implantação dos Núcleos de Apoio Técnico ao Judiciário (NAT-JUS) que se promovem os diálogos interinstitucionais dentro do processo judicial.

Biografía del autor/a

Cynara Monteiro Mariano, Universidade Federal do Ceará

Professora do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Ceará (Fortaleza, CE, Brasil). Doutora em Direito Constitucional pela Universidade de Fortaleza (Fortaleza, CE, Brasil). Pós-doutora em Direito Econômico pela Universidade de Coimbra. Mestre em Direito Público pela UFC. Diretora Acadêmica do Instituto Cearense de Direito Administrativo (ICDA) e Vice-presidente do Instituto Latino-americano de Estudos sobre Direito, Política e Democracia (ILAEDPD). E-mail: cynaramariano@gmail.com.

Felipe Braga Albuquerque, Universidade Federal do Ceará

Professor do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Ceará (Fortaleza, CE, Brasil). Doutor em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (Recife, PE, Brasil). Mestre em Direito Público pela UFC e Desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região.

Fabricia Helena Linhares Pereira, Universidade Federal do Ceará

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Ceará (Fortaleza, CE, Brasil). Especialista em Direito Aplicado ao Ministério Público pela Escola Superior do Ministério Público da União, Técnica e Assessora do Ministério Público Federal no Ceará. E-mail: fabriciahc@gmail.com.

Citas

BATEUP, Christine. The dialogic promise: assessing the normative potential of theories of constitutional dialogue. New York: New York University School of Law, 2005.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, Senado, 1988.

BRASIL. Lei Federal nº 8.080/90, Lei Orgânica Nacional da Saúde. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.

BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Resolução nº 238 de 06/09/2016. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/busca-atos-adm?documento=3191>. Acesso em: 22 jun. 2017.

BUCCI, Maria Paula Dallari. As políticas públicas e o direito administrativo. Revista de informação legislativa, Brasília, v. 34, n. 133, p. 89-98, jan./mar. 1997.

CEARÁ. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ. (Ed.). Diário Oficial Eletrônico do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará de 08/09/2017. Disponível em: <http://www.tjce.jus.br/wp-content/uploads/2017/10/Portaria-1536-2017.pdf>. Acessado em 11 out. 2017.

GABARDO, Emerson. Princípio Constitucional da Eficiência Administrativa. São Paulo: Dialética, 2002.

GRIMM, Dieter. Constituição e Política. Tradução Geraldo de Carvalho. Belo Horizonte: Del Rey, 2006.

HACHEM, Daniel Wunder. A maximização dos direitos fundamentais econômicos e sociais pela via administrativa e a promoção do desenvolvimento. Revista de Direitos Fundamentais e Democracia, Curitiba, v. 13, n. 13, p. 340-399, jan./jun. 2013.

HÜBNER, Conrado Mendes. Direitos fundamentais, separação de poderes e deliberação. São Paulo, 2008. 224 f. Tese (Doutorado) - Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

KRELL, Andreas J. Direitos sociais e controle judicial no Brasil e na Alemanha: os (des)caminhos de um direito constitucional comparado. Porto Alegre: Fabris, 2002.

MARIANO, Cynara Monteiro; LIMA, Martonio Mont´Alverne Barreto; ALBUQUERQUE, Newton Menezes. Serviços públicos e radicalização do Estado Social: o lugar para uma perspectiva socialista nos dias atuais? In: MARIANO, Cynara Monteiro et all (Org.). Estado, Política e Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2017.

MATIAS, João Luis Nogueira; MUNIZ, Águeda. O poder judiciário e a efetivação do direito à saúde. Revista Brasileira de Políticas Públicas, Brasília, v. 5, n. 1, p. 194-206, 2015.

MENICUCCI, Telma Maria Gonçalves. Público e privado na política de assistência à saúde no Brasil: atores, processos e trajetória. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2007. 320 p. Disponível em <http://books.scielo.org>. Acessado em 21 abr. 2017

MINAS GERAIS. MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. (Ed.). Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público de Minas Gerais de 27/01/2017. 2017. Disponível em: <https://www.mpmg.mp.br/files/diariooficial/DO-20170127.PDF>. Acesso em: 02 jul. 2017.

NEVES, Marcelo. A Constitucionalização Simbólica. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2007.

PROCURADORIA-GERAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS. Saúde Compartilhada: MPMG se une a órgãos e instituições em busca de alternativas aos problemas de saúde no estado. Informativo da Procuradoria-geral de Justiça de Minas Gerais. Belo Horizonte, p. 02-02. 07 ago. 2013. Disponível em: <https://goo.gl/78826X>. Acesso em: 25 jun. 2017.

RABELLO, Lucíola Santos. Promoção da saúde: a construção social de um conceito em perspectiva do SUS. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2010.

SARMENTO, Daniel. Por um constitucionalismo Inclusivo: História Constitucional Brasileira, Teoria da Constituição e Direitos Fundamentais. Rio de Janeiro: Lume Juris, 2010.

SCHULZE, Clenio Jair. O papel do Conselho Nacional de Justiça na judicialização da saúde. Brasília: Conselho Nacional de Secretários de Saúde – CONASS, 2015.

SOUZA, Celina. Estado da arte da pesquisa em políticas públicas. In: HOCHMAN, G.; ARRETCHE, M.; MARQUES, E. (Orgs.). Políticas públicas no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2007.

SOUZA, Jorge Munhós de. Diálogo institucional e direito à saúde. Salvador: JusPodvim; 2013.

TORRES, Heleno Taveira. Direito constitucional financeiro. São Paulo: Thomson Reuters; Revista dos Tribunais, 2014.

TUSHNET, Mark. Alternative Forms of Judicial Review. Michigan Law Review, Ann Arbor, vol. 101, n. 8, aug. 2003.

VALLE, Vanice Regina Lírio do. Dialogical constitutionalism manifestations in the Brazilian judicial review. Revista de Investigações Constitucionais, Curitiba, vol. 1, n. 3, p. 59-90, set./dez. 2014.

VALLE, Vanice Regina Lírio do. Diálogo institucional com pressuposto da efetividade constitucional. A&C. Revista de Direito Administrativo e Constitucional, Belo Horizonte, n. 23, ano 6, jan./mar. p. 189-206, jan./mar. 2006.

Publicado

2018-01-01

Cómo citar

MARIANO, Cynara Monteiro; ALBUQUERQUE, Felipe Braga; FURTADO, Emmanuel Teófilo; PEREIRA, Fabricia Helena Linhares. Diálogos sanitários interinstitucionais e a experiência de implantação do NAT-JUS. Revista de Investigações Constitucionais, [S. l.], v. 5, n. 1, p. 169–188, 2018. DOI: 10.5380/rinc.v5i1.56027. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/rinc/article/view/56027. Acesso em: 25 dic. 2025.