n. 57 - AS PRÁTICAS DE ADVOCACY PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL LATINO-AMERICANA: A ÊNFASE EM PRÁTICAS EXITOSAS PELAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/jpe.v15i0.83096

Palavras-chave:

Política Educacional. Education Global Advocacy. Infância. Agências Internacionais.

Resumo

Este artigo busca, a partir de uma pesquisa, analisar as políticas de advocacy para a educação infantil latino-americana no âmbito dos organismos multilaterais, protagonizado pela Organização das Nações Unidas (Onu), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Organização dos Estados Americanos (OEA), que, nos últimos anos, vem incentivando países membros da região a criar e a replicar a exemplo das práticas exitosas. Nesse sentido indagamos: quais são as ações de advocacy dos organismos internacionais, ligados intimamente aos temas da educação e da infância, e quais suas proposições em incentivar a criação e replicação de práticas exitosas? Após apreender conceitualmente a education global advocacy e as significações legais sobre advocacy, concluiu-se que a advocacy, protagonizada pela Unesco e OEA na educação infantil latino-americana, embrincam-se, em sua maioria, com estudos de avaliação de programas de atenção integral à infância, enfatizando dois eixos: o não-formal com a coparticipação de sujeitos públicos e privados e o intersetorial com base parental. As práticas de advocacy afirmam os acordos internacionais e relativos consensos e/ou consensos possíveis entre os países disseminando critérios e procedimentos de regulação e análises simbólicas que justifiquem reformas e procedimentos voltados para mensagem da cultura econômica hegemônica. 

 

Biografia do Autor

Camila Maria Bortot, Universidade Federal do Paraná

Doutoranda em Educação. Mestra em Educação pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), na linha de Políticas e Gestão da Educação. Pedagoga pela UEM. Bolsista pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).  

Angela Mara de Barros Lara, Centro Universitário de Maringá (UniCesumar)

Pós-Doutora pela Universidade Federal de Santa Catarina e Doutora em Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Aposentada da Universidade Estadual de Maringá. Docente do Programa de Pós-Graduação em Gestão do Conhecimento das Organizações - PPGGCO e Promoção da Saúde - PPGPS do Centro Universitário de Maringá.

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Publicado

2021-12-22

Como Citar

Bortot, C. M., & Lara, A. M. de B. (2021). n. 57 - AS PRÁTICAS DE ADVOCACY PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL LATINO-AMERICANA: A ÊNFASE EM PRÁTICAS EXITOSAS PELAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS. Jornal De Políticas Educacionais, 15. https://doi.org/10.5380/jpe.v15i0.83096

Edição

Seção

Dossiê: A Educação Básica na América Latina