Open Journal Systems

n. 45 - AUTONOMIA E REGULAÇÃO: A DESCENTRALIZAÇÃO DA POLÍTICA EDUCACIONAL ANALISADA COMO UM ARRANJO HÍBRIDO

Marcus Vinicius de Azevedo Braga

Resumo


O artigo defende que o arranjo híbrido, conceito derivado da Teoria dos Custos de Transação, pode ser uma referência teórica de discussão do processo de descentralização da política educacional a ser executada pelos municípios, por permitir uma governança que considera a autonomia e a interdependência, típicas do federalismo,  apresentando a combinação de controles e incentivos, como uma maneira de se tornar essa governança menos onerosa e mais efetiva. Essa abordagem ressignifica a transparência e o controle social, como instrumentos de governança estratégica, e faz uma releitura da autonomia municipal, resgatando o seu aspecto político, de fortalecimento das capacidades estatais.


Palavras-chave


Federalismo-Municipalização-Custos de transação

Texto completo:

PDF

Referências


ABRUCIO, Fernando Luiz. A dinâmica federativa da educação brasileira: diagnóstico e propostas de aperfeiçoamento. In: OLIVEIRA, Romualdo Portela de; SANTANA, Wagner (Org.). Educação e federalismo no Brasil: combater as desigualdades, garantir a diversidade. Brasília: Unesco, 2010.

ABRUCIO, Fernando Luiz. GRIN, Eduardo José. COUTO, Cláudio. SEGATTO, Catarina. FRANZESE, Cibele. Mais Brasil, Menos Brasília: o sentido do federalismo bolsonarista e seu impacto no combate à Covid 19. Blog Gestão, Política & Sociedade (Estadão). 2020. Disponível em: https://politica.estadao.com.br/blogs/gestao-politica-e-sociedade/mais-brasil-menos-brasilia-o-sentido-do-federalismo-bolsonarista-e-seu-impacto-no-combate-a-covid-19/. Acesso em: 26 abr. 2020.

ACEMOGLU, Daron. ROBINSON, James A. Por que as nações fracassam: as origens do poder, da prosperidade e da pobreza. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

ARRETCHE, Marta Teresa da Silva. Democracia, federalismo e centralização no Brasil. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Editora FGV; Editora Fiocruz, 2012.

BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 18. Ed. São Paulo. Malheiros Editores, 2011.

BORDIGNON, Genuíno; GRACINDO, Regina Vinhaes. Gestão da educação: o município e a escola. In: FERREIRA, Naura Syria Carapeto; AGUIAR, Marcia Angela da S. (Org.). Gestão da Educação: impasses, perspectivas e compromissos. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2006. p. 147-176.

BRAGA, Marcus Vinicius de Azevedo. Conselhos do Fundeb: participação e fiscalização no controle social da educação. -1 Ed.-Curitiba: Appris, 2015.

COASE, Ronald H. The nature of the firm. Economica, London, v. 4, p. 386-405, 1937. [Reimpresso em COASE, Ronald H. The firm, the market, and the law. Chicago: The University of Chicago Press, 1988].

DAVIS, L. E.; NORTH, D. C. Institutional change and American economic growth. Cambridge: Cambridge University Press, 1971.

FAORO, Raymundo. Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro. 3. ed. São Paulo: Editora Globo, 2001.

FIANI, Ronaldo. O problema dos custos de transação em parcerias público-privadas em infraestrutura. Texto para discussão 2261/ Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada- Brasília: Rio de Janeiro: Ipea , 2016.

___________. Teoria dos custos de transação. In KUPFER, D.; HASENCLEVER, L. Economia Industrial: fundamentos teóricos e práticas no Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 2002.

__________. Arranjos institucionais e desenvolvimento: o papel da coordenação em estruturas híbridas. Texto para discussão 1815/ Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. - Brasília: Rio de Janeiro: Ipea, 2013.

_________. Cooperação e conflito: instituições e desenvolvimento econômico. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

GOMIDE, Alexandre de Avila; PIRES, Roberto Rocha C. Analise comparativa: arranjos de implementação e resultados de Políticas Públicas. In: GOMIDE, Alexandre de Avila; PIRES, Roberto Rocha C. Capacidades estatais e democracia: arranjos institucionais de Políticas Públicas. Brasília: Ipea, 2014. p. 351-379

GRASSI, Robson Antônio. Williamson e “formas híbridas”: uma proposta de redefinição do debate. Revista Economia e Sociedade, Vol. 12.1, pp : 43-64, Campinas, 2003.

HILL, M. The Policy Process in the Modern State. 3a Edição, Londres, UK: Prentice Hall, 1997.

KETOKIVI, Mikko; MAHONEY, Joseph T. Transaction Cost Economics as a Constructive Stakeholder Theory. Academy of Management Learning & Education, pp. 123-138, 2016.

LINDERT, Peter H. Growing Public: social spending and economics growth since the eighteenth century. Nova York: Cambridge University Press, 2004.

MARTINS, Paulo de Sena. Fundeb, federalismo e regime de colaboração. Campinas, SP/Brasília, DF: Autores Associados/Faculdade de Educação da UnB. 2011

MENARD, Claude, Hybrid Organization of Production and Distribution (December 1, 2006). Revista de Analisis Economico, Vol. 21, No. 2, 2006. Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=1239162

__________. Hybrid modes of organization: alliances, joint ventures, networks, and other “strange” animals. Paris: Université Paris, Panthéon-Sorbonne, 2011 (Post-Print and Working Papers). Disponível em: . Acesso em: 09.jun.2019.

PRADO, Sérgio. Equalização e federalismo fiscal: uma análise comparativa. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Konrad-Adenauer -Stiftung, 2006.

WILLIAMSON, Oliver E. The mechanisms of governance. Oxford: Oxford University Press, 1996.

___________. Comparative economic organization: the analysis of discrete structural alternatives. Administrative Science Quartely, v. 36, p. 269-296, 1991.

___________. The governance of contractual relations. In: PUTTERMAN, Louis; KROSZNER, Randall S. The economic nature of the firm: A reader. Cambridge University Press, 1996a.

____________. The Modern Corporation: Origins, Evolution, Attributes. Journal of Economic Literature, Vol. 19, December, pp. 1537-1568, 1981.




DOI: http://dx.doi.org/10.5380/jpe.v14i0.73193