Práticas divulgadas pela governança e desempenho sustentável em empresas estatais
DOI:
https://doi.org/10.5380/rcc.17.90073Palavras-chave:
Divulgação, Governança, Desempenho Sustentável Corporativo, Estatais.Resumo
O objetivo deste estudo foi investigar qual a relação entre as práticas divulgadas pela governança e o desempenho sustentável corporativo de estatais federais de controle direto da União (Brasil). Sua relevância consistiu em expandir o conhecimento acerca da atuação da governança nas estatais para levar a empresa a alcançar um desempenho sustentável corporativo real. A análise de conteúdo foi o método selecionado para investigar a conformidade dos relatórios de gestão aos frameworks do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa- IBGC (2015) e da Global Reporting Iniciative- GRI (2016). As práticas divulgadas pela governança e o desempenho sustentável foram mapeados através de índices construídos pela média ponderada das práticas do código do IBGC (2015) e das diretrizes econômicas, ambientais e sociais da GRI (2016) atendidas pelas estatais e divulgadas em seus relatórios de gestão e de sustentabilidade. A análise descritiva dos índices da governança e do desempenho sustentável corporativo foi realizada junto à análise do contexto das práticas e do desempenho sustentável corporativo através do Iramuteq®. Acerca dos resultados e contribuições, os valores dos índices do desempenho sustentável revelaram um baixo atendimento às diretrizes do GRI (2016), ao contrário dos índices de governança, que apresentaram maior aderência às diretrizes técnicas do IBGC (2015). Os valores obtidos entre esses índices revelaram que o compliance das práticas de governança é mais efetivo que o de sustentabilidade nas estatais. O desempenho sustentável nessas empresas remete ao uso de materiais recicláveis ou reutilizáveis e na gestão do consumo de energia, do uso da água e da geração de resíduos. Ademais, as práticas divulgadas pela governança e o desempenho sustentável só estiveram relacionados quando sua execução era decorrente de normas que reduziam o custo nas empresas. Práticas ambientais e sociais voluntárias não apresentaram relação com o desempenho sustentável corporativo das empresas públicas e nem das sociedades de economia mista.
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