Proposta de estratégia e critérios de avaliação de impacto causado pelo odor para aplicação no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v65i.91760Palavras-chave:
Poluição por odor, critérios de impacto de odor, FIDOL, olfatometria, política ambientalResumo
A poluição atmosférica causada por emissões de odor tornou-se um problema relevante, porém complexo de se regulamentar. O impacto de uma fonte emissora de odor pode ser geralmente caracterizado através da combinação dos fatores FIDOL, os quais deveriam ser abordados para implementar legislações mais robustas. Visto que a legislação no Brasil relacionada a odores ambientais é escassa e subjetiva, o objetivo deste trabalho é propor critérios quantitativos de avaliação de impacto de odor levando em conta a realidade brasileira, bem como um protocolo de avaliação, os quais compõe a estratégia de avaliação de odores. A metodologia se baseou na análise de dados da literatura internacional e brasileira. Os critérios de avaliação de impacto propostos são dependentes dos métodos utilizados para avaliação de impacto. Para olfatometria de campo: Concentração (C) <7 D/T; para modelagem de dispersão atmosférica: C < 8 ouE.m–³ (áreas residenciais/comerciais) ou C < 10 ouE.m–³ (outras áreas); P98, Fator pico média =1,821); uso de boas práticas e das melhores tecnologias disponíveis para controle nas fontes emissoras de odor; e distância mínima de separação para fontes fugitivas novas: > 500 m de áreas residenciais. O protocolo de avaliação é composto por quatro fluxogramas que instruem o passo a passo para o licenciamento ambiental de fontes emissoras de odor, e a verificação de reclamações. Espera-se que a adoção de critérios quantitativos e um protocolo claro para a avaliação do impacto relacionado ao odor possibilite avançar a prevenção e solução de conflitos, além de contribuir para uma convivência mais harmoniosa entre comunidades e fontes emissoras de odor.
Referências
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10.151: Acústica – Medição e avaliação de níveis de pressão sonora em áreas habitadas – Aplicação de uso geral. Versão corrigida 2020. Rio de Janeiro, 2019.
Bax, C.; Sironi, S.; Capelli, L. How Can Odors Be Measured? An Overview of Methods and Their Applications. Atmosphere, 11, 92, 2020. doi: 10.3390/atmos11010092
Bokowa, A.; Diaz, C.; Koziel, J. A.; McGinley, M.; Barclay, J.; Schauberger, G.; Guillot, J.-M.; Sneath, R.; Capelli, L.; Zorich, V; et al. Summary and overview of the odour regulations worldwide. Atmosphere, 12, 206, 2021. doi: 10.3390/atmos12020206
Brancher, M.; K. Griffiths, D. K.; Franco, D., Lisboa, H. M. A review of odour impact criteria in selected countries around the world. Chemosphere, 168, 1531-1570, 2017. doi: 10.1016/j.chemosphere.2016.11.160
Brancher, M.; Hieden, A.; Baumann-Stanzer, K.; Schauberger, G.; Piringer, M. Performance evaluation of approaches to predict sub-hourly peak odour concentrations. Atmospheric Environment, 7, 100076, 2020. doi: 10.1016/j.aeaoa.2020.100076
Brancher, M.; Piringer, M.; Grauer, A. F.; Schauberger, G. Do odour impact criteria of different jurisdictions ensure analogous separation distances for an equivalent level of protection? Journal of Environmental Management, 20, 394-403, 2019. doi: 10.1016/j.jenvman.2019.03.102
Brandt, R. C.; Adviento-Borbe, M. A. A.; Elliott, H. A.; Wheeler, E. F. Protocols for reliable field olfactometry odor evaluations. Applied engineering in agriculture, 27(3), 457-466, 2011. Disponível em: https://agris.fao.org/agris-search/search.do?recordID=US201400095617.
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 491, de 19 de novembro de 2018. Brasília: DOU de 21/11/2018.
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 506, de 05 de julho de 2024. Brasília: DOU de 11/07/2024.
Bull, M.; Mcintyre, A.; Hall, D., Allison, G.; Redmore, J.; Pullen, J.; Caird, L.; Stoaling, M.; Fain, R. IAQM Guidance on the assessment of odour for planning. Institute of Air Quality Management, London, United Kingdom, 2014. Disponível em: . Acesso em: mai. 2022.
CEN - Comission of European Normalization. European Standard EN13725: Stationary source emissions - Determination of odour concentration by dynamic olfactometry and odour emission rate. Brussels: 2022.
CEN - Comission of European Normalization. European Standard EN16841-1: Ambient air - Determination of odour in ambient air by using field inspection - Part 1: Grid method. Brussels: 2016a.
CEN - Comission of European Normalization. European Standard EN16841-2: Ambient air - Determination of odour in ambient air by using field inspection - Part 2: Plume method. Brussels: 2016b.
Colorado. Regulation Nº 2. Odor Emission. 5 CCR 1001-4. 01 Nov. 2013. Disponível em: <https://www.sos.state.co.us/CCR/GenerateRulePdf.do?ruleVersionId=5444&fileName=5%20CCR%201001-4>. Acesso em: mai. 2022.
Connecticut. Regulation 22a-174-23. Control of odors. 04 abr. 2006. Disponível em: <https://casetext.com/regulation/connecticut-administrative-code/title-22a-environmental-protection/abatement-of-air-pollution/section-22a-174-23-control-of-odors>. Acesso em: mai. 2022.
Conti, C.; Guarino, M.; Banacetti, J. Measurements techniques and models to assess odor annoyance: A review. Environment International, 134, 105261, 2020. doi: 10.1016/j.envint.2019.105261
DEFRA – Department for Environment, Food and Rural Affairs. Odour Guidance for Local Authorities. London: DEFRA, 2010.
GMBI − Gemeinsames Ministerialblatt - Joint Ministerial Gazette. TA Luft –Technical Instructions on Air Quality Control. Technische Anleitung zur Reinhaltung der Luft. Berlin: Federal Ministry for Environment, Nature Conservation and Nuclear Safety, 2021.
Griffiths, K. D. Disentangling the frequency and intensity dimensions of nuisance odour, and implications for jurisdictional odour impact criteria. Atmospheric Environment, 90, 125-132, 2014. doi: 10.1016/j.atmosenv.2014.03.022
Guillot, J. M. et al. The future European standard to determine odour in ambient air by using field inspection. Water Science and Technology, 66, n. 8, 1691-1698, 2012.
Illinois. Title 35, Subtitle B, Chapter 1, Part 245. 10 set. 1993. Disponível em: <https://casetext.com/regulation/illinois-administrative-code/title-35-environmental-protection/part-245-odors/section-245121-objectionable-odor-nuisance-determination>. Acesso em: mai. 2022.
Kentucky. Regulation 401KAR53:010. 01 ago. 2016. Disponível em: <http://kyrules.elaws.us/rule/401kar53:010>. Acesso em: mai. 2022.
Mahin, T. D. Comparison of different approaches used to regulate odours around the world. Water Science and Technology, London, 44(9), 87-102, 2001.
Malheiros, A. L.; Nocko, H. R.; Perazzoli, D. L.; Rodrigues, J. P.; Schuba, T. Estimativa de emissões odoríferas e avaliação de impacto a partir da integração das técnicas olfatometria de campo e modelagem reversa de dispersão. In: Anais do XIX Congresso Brasileiro de Meteorologia. João Pessoa, 7-11 de nov., 2016.
Malheiros, A. L.; Nocko, H. R.; Vissoto, S.; Engel, M. S.; Perazzoli, D. L.; Frantz, D. S. Modelagem de dispersão, monitoramento ambiental, olfatometria e pesquisa de percepção: análise integrada de diferentes metodologias na avaliação de poluição atmosférica por substâncias odoríferas em complexo industrial. In: Anais do XVIII Congresso Brasileiro de Meteorologia. Recife, 3-6 de nov., 2014.
Malheiros, A. L.; Perazzoli, D. L.; Schraier, J. A.; Nocko, H. R. Odor: olfatometria de campo como ferramenta de avaliação de impacto ambiental relativo ao odor. In: Anais do III Simpósio Internacional MAUI de Desenvolvimento Urbano e Industrial. Curitiba, 5 de abr., 2018.
McGinley, C. M.; Mahin, T. D.; Pope, R. J. Elements of Successful Odor / Odour Laws. In: Proceedings of the Odor and VOC Emissions. Cincinnati, 2000.
McGinley, M. Re: Questions - Odor monitoring plan and normatization [Mensagem pessoal]. Mensagem recebida por: debora.perazzoli@envexengenharia.com.br. 17 mai. 2018.
McGinley, M. Re: RES: Questions - Odor monitoring plan and normatization - master's dissertation [Mensagem pessoal]. Mensagem recebida por: debora.perazzoli@envexengenharia.com.br. 11 jul 2022.
Melo Lisboa, H. de; Sivret, E.; Stuetz, R. M. Odour Regulations – Experiences from Australia. Chemical Engineering Transactions, 40, 181-186, 2014. doi: 10.3303/CET1440031.
Missouri. Title 10, Chapter 6, Section 165. 01 out. 2014. Disponível em: <https://regulations.justia.com/states/missouri/title-10/division-10/chapter-6/section-10-csr-10-6-165/>. Acesso em: mai. 2022.
Nevada. NAC 445B.22087. Disponível em: <https://www.law.cornell.edu/regulations/nevada/Nev-Admin-Code-SS-445B-22087>. Acesso em: mai. 2022.
North Dakota. Chapter 33-15-16. 01 jan. 2007. Disponível em: <https://www.ndlegis.gov/information/acdata/pdf/33-15-16.pdf>. Acesso em: mai. 2022.
Perazzoli, D. L. Proposta de Estratégias para Avaliação de Odor Ambiental no Brasil. Curitiba, Dissertação (Mestrado em Meio Ambiente Urbano e Industrial) − UFPR, 2022.
Perazzoli, D. L.; Malheiros, A. L.; Schraier, J. A.; Botelho, R. N.; Nocko, H. R. Delimitação de área impactada por odor de ETE usando medição de H2S, olfatometria e modelagem de dispersão. In: Anais do 1º Seminário Nacional sobre Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto. Curitiba, 7-9 de nov., 2018.
Rwdi Air Inc. Odour Management in British Columbia: Review and Recommendations. Final Report to the Ministry of Water, Land and Air Protection, BC. Surrey: MWLAP, 2005. Disponível em: <https://olores.mma.gob.cl/wp-content/uploads/2019/03/Final- Report-Odour-management-in-British-Columbia.pdf>. Acesso em: jul. 2021.
São Paulo. Decreto nº 8.468, de 08 de setembro de 1976. Aprova o Regulamento da Lei nº 997, de 31 de maio de 1976, que dispõe sobre a prevenção e o controle da poluição do meio ambiente. São Paulo: DOU de 10/09/1976.
Schraier, J. A.; Perazzoli, D.; Palhano, J. V.; Malheiros, A. L.; Nocko, H. R. Odor impact assessment in a rendering plant using field and dynamic olfactometry and dispersion modelling. In: Proceedings of the Air Pollution Conference Brazil. Belo Horizonte, 22-24 de jul., 2019.
SEMA – Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Resolução nº 016, de 26 de março de 2014. Define critérios para o Controle da Qualidade do Ar como um dos instrumentos básicos da gestão ambiental para proteção da saúde e bem estar da população e melhoria da qualidade de vida. Curitiba: DOU de 15/04/2014.
Silva, M. T. S. Emissões atmosféricas odorantes de uma estação de tratamento de efluentes: limites geográficos da pluma. Recife, Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão Ambiental) – IFPE, 2020.
Simms, K. L.; Wilkinson, S.; Bethan, S. Odour nuisance and dispersion modelling: an objective approach to a very subjective problem. Water Science and Technology, London, 41(6), 89-96, 2000.
St. Croix Sensory Inc. Nasal Ranger Field Olfactometer – Operation Manual v.7.1. U.S. Patent nº 6.595.037, v. 6.0. Lake Elmo: St. Croix Sensory, 2020.
Telles, M. A. S. Levantamento das emissões de substâncias odoríferas de indústria cervejeira e seu monitoramento. São Paulo, Monografia (Pós-graduação em Conformidade Ambiental com Requisitos Técnicos Legais) − Escola Superior da CETESB, 2018.
Vieira, M. M. Contribuição para o desenvolvimento de políticas públicas de controle de incômodos olfativos no Brasil. Florianópolis/Montpellier, Tese (Doutorado em Engenharia Ambiental) − UFSC; e (Doutorado em Engenharia de Processos) - Universidade de Montpellier, 2017.
Wyoming. Chapter 2, Section 11. 05 fev. 2018. Disponível em: <https://rules.wyo.gov/Search.aspx>. Acesso em: 22 mai. 2022.
Zarra, T.; Naddeo, V.; Belgiorno, V.; Reiser, M.; Kranert, M. Odour monitoring of small wastewater treatment plant located in sensitive environment. Water Science and Technology, 58, 1, 89-94, 2008. doi: 10.2166/wst.2008.330
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Débora Lia Perazzoli, Marlon Brancher, Paulo de Tarso de Lara Pires, Andreas Friedrich Grauer

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os Direitos Autorais sobre trabalhos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. O conteúdo dos trabalhos publicados é de inteira responsabilidade dos autores. A DMA é um periódico de acesso aberto (open access), e adota a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Não Adaptada (CC-BY), desde janeiro de 2023. Portanto, ao serem publicados por esta Revista, os artigos são de livre uso para compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial) e adaptar (remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial). É preciso dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas.
Os conteúdos publicados pela DMA do v. 53 de 2020 ao v. 60 de 2022 são protegidos pela licença Creative Commons Atribuição – Não Comercial – Sem Derivações 4.0 Internacional.
A DMA é uma revista de acesso aberto desde a sua criação, entretanto, do v.1 de 2000 ao v. 52 de 2019, o periódico não adotava uma licença Creative Commons e, portanto, o tipo de licença não é indicado na página inicial dos artigos.

