Projetos globais e resistências locais: pescadores artesanais e Unidades de Conservação no litoral, Rio de Janeiro – Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v24i0.21604Keywords:
comunidades tradicionais, conflito socioambiental, Mata Atlântica, Rio de Janeiro.Abstract
Este artigo aborda impasses em regiões litorâneas em torno de áreas protegidas e destino de população tradicional no Domínio da Mata Atlântica, Rio de Janeiro, Brasil. Existem resistências antigas por parte de pescadores tradicionais frente à especulação imobiliária. A política ambiental muitas vezes encontra-se referenciada no conceito de natureza intocada considerada virgem, da qual o ser humano não faz parte, tanto nas unidades de conservação de proteção integral como nas de uso sustentável. A Área de Proteção Ambiental de Maricá abriga, há três séculos, comunidade de pescadores artesanais. A implantação de um resort por um grupo luso-espanhol está em negociação pelo município e vem cerceando e ameaçando os pescadores locais. Impõe-se uma natureza mercadoria à venda para turistas em choque com uma natureza que por várias gerações foi concebida tendo como base a convivência, a reprodução familiar e a segurança alimentar. O Parque Estadual da Tiririca, Niterói, enfrenta dilemas para sua delimitação e garantia do direito da permanência de comunidade tradicional de pescadores no Morro das Andorinhas. Os casos pesquisados são, dentre inúmeros, exemplos de municípios com presença de comunidades vivendo da tradição da pesca e da agricultura que acabam sendo cerceados de suas atividades na terra. Transformações marcadas por expressiva desigualdade social e subalternização à lógica de dominação, a partir de uma visão reducionista que reforça a concepção de natureza virgem e a elitização dessas áreas verdes.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright on works published in this journal rests with the author, with first publication rights for the journal. The content of published works is the sole responsibility of the authors. DMA is an open access journal and has adopted the Creative Commons Attribution 4.0 Not Adapted (CC-BY) license since January 2023. Therefore, when published by this journal, articles are free to share (copy and redistribute the material in any medium or format for any purpose, even commercial) and adapt (remix, transform, and create from the material for any purpose, even commercial). You must give appropriate credit, provide a link to the license and indicate if changes have been made.
The contents published by DMA from v. 53, 2020 to v. 60, 2022 are protected by the Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International license.
DMA has been an open access journal since its creation, however, from v.1 of 2000 to v. 52 of 2019, the journal did not adopt a Creative Commons license and therefore the type of license is not indicated on the first page of the articles.

