Monitoramento e desempenho de indicadores participativos em sistemas tradicionais de produção de erva-mate no Centro-Sul e no Vale do Iguaçu, Paraná, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v59i0.76207Palavras-chave:
sistemas agroflorestais, construção participativa de indicadores, floresta ombrófila mistaResumo
Os sistemas tradicionais de produção de erva-mate (STPEM), presentes da Floresta Ombrófila Mista do sul do Brasil, se caracterizam como sistemas agroflorestais, cujas raízes se vinculam aos manejos de faxinais e caívas. Considerando a complexidade implícita na abrangência destes sistemas, em dimensões ambientais, econômicas, sociais e culturais, este estudo objetiva analisar o monitoramento inicial e o desempenho dos sistemas tradicionais de produção de erva-mate, em municípios do estado do Paraná, por meio da construção participativa de indicadores. A pesquisa de campo ocorreu em duas etapas: a primeira, a partir do acompanhamento de uma oficina realizada no município de União da Vitória, a qual contou com a presença de agricultores e representantes de diversas instituições vinculadas ao Observatório da Erva-mate em parceria com pesquisadores de universidades. Neste evento, por meio da construção coletiva de um sistema de indicadores acessível e utilizável pelos manejadores dos STPEM, foram criados parâmetros técnicos vinculando conhecimentos científicos aos saberes tradicionais dos agricultores. Este processo permite avaliar a amplitude dos sistemas nas suas principais dimensões, possibilitando o acompanhamento e o monitoramento ao longo do tempo, para futuras comparações relacionadas à evolução dos sistemas. A segunda etapa se refere à aplicação destes macroindicadores em doze famílias de propriedades rurais localizadas em quatro municípios (Inácio Martins, Rebouças, Bituruna e São Mateus do Sul). Os resultados demonstram os pontos fortes e as limitações nos STPEM, destacando-se que os sistemas monitorados contribuem efetivamente com a conservação da Floresta Ombrófila Mista, promovendo benefícios para as propriedades e entorno, como na questão hídrica enfatizada pelos agricultores pesquisados. A efetivação de um sistema de indicadores construído com os atores sociais abre espaços de interlocução com as políticas públicas, considerando as realidades e necessidades locais, muitas vezes conhecidas apenas pelos próprios agricultores e estimulando novas agendas de pesquisa.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os Direitos Autorais sobre trabalhos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. O conteúdo dos trabalhos publicados é de inteira responsabilidade dos autores. A DMA é um periódico de acesso aberto (open access), e adota a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Não Adaptada (CC-BY), desde janeiro de 2023. Portanto, ao serem publicados por esta Revista, os artigos são de livre uso para compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial) e adaptar (remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial). É preciso dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas.
Os conteúdos publicados pela DMA do v. 53 de 2020 ao v. 60 de 2022 são protegidos pela licença Creative Commons Atribuição – Não Comercial – Sem Derivações 4.0 Internacional.
A DMA é uma revista de acesso aberto desde a sua criação, entretanto, do v.1 de 2000 ao v. 52 de 2019, o periódico não adotava uma licença Creative Commons e, portanto, o tipo de licença não é indicado na página inicial dos artigos.