Conhecimento indígena, sistema de manejo e mudanças ambientais na região de transição Amazônia-Cerrado
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v59i0.72964Palavras-chave:
povos indígenas, gavião, cosmografia, gestão territorialResumo
O artigo analisa aspectos do conhecimento indígena e o sistema de manejo de povos que vivem na região de transição Amazônia-Cerrado como adaptação e reação às mudanças ambientais em seus territórios. Trata-se de uma pesquisa etnográfica, realizada entre 2014 a 2020, com base em observação participante e entrevistas semiestruturadas com grupos de anciões, caçadores e lideranças indígenas. Entre o povo Gavião, falantes do tronco linguístico Macro-Jê que integram os chamados povos Timbira, o impacto negativo das mudanças ambientais provocadas pelo desmatamento e queimadas ilegais em seu território atinge as formas tradicionais de subsistência e as interações entre os humanos e a natureza em sua cosmovisão. A cosmografia gavião reconhece a natureza enquanto espaço povoado por diferentes seres e agências, com relações que oscilam na necessidade de aproximação ou afastamento entre si e das quais é preciso agir para garantir a reprodução de todo o povo. Com base nesses conhecimentos e frente às mudanças ambientais em suas terras, os povos Timbira elaboraram um amplo sistema de manejo, no qual o produto mais visível da articulação com o poder público e não governamental é o Plano de Gestão Territorial e Ambiental das Terras Indígenas Timbira (PGTA). O conhecimento indígena articulado a um sistema de manejo ambiental tem revelado possibilidades de uso sustentável dos recursos naturais e efetiva participação indígena na gestão territorial da região de transição Amazônia-Cerrado.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os Direitos Autorais sobre trabalhos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. O conteúdo dos trabalhos publicados é de inteira responsabilidade dos autores. A DMA é um periódico de acesso aberto (open access), e adota a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Não Adaptada (CC-BY), desde janeiro de 2023. Portanto, ao serem publicados por esta Revista, os artigos são de livre uso para compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial) e adaptar (remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial). É preciso dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas.
Os conteúdos publicados pela DMA do v. 53 de 2020 ao v. 60 de 2022 são protegidos pela licença Creative Commons Atribuição – Não Comercial – Sem Derivações 4.0 Internacional.
A DMA é uma revista de acesso aberto desde a sua criação, entretanto, do v.1 de 2000 ao v. 52 de 2019, o periódico não adotava uma licença Creative Commons e, portanto, o tipo de licença não é indicado na página inicial dos artigos.