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Indicador qualitativo de tensões no uso das águas em identidades territoriais de vida rural e urbana: evidências empíricas na Região Metropolitana de Salvador, Bahia (Brasil)

Débora Carol Luz da Porciuncula, Manuel Vitor Portugal Gonçalves, Cristina Maria Macêdo de Alencar

Resumo


Este artigo almejou compreender a distribuição das evidências empíricas que tencionam os modos de vida rural e urbano na relação com o uso das águas e identidades territoriais na Região Metropolitana de Salvador (RMS), Bahia, Brasil. Foi desenvolvida uma metodologia para a identificação de tensões territoriais, observadas de 2005 a 2015, no tocante à disputa pelo uso das águas na RMS, denominada de Indicadores Qualitativos de Tensão no Uso das Águas (IQTA). A utilização da IQTA permitiu a identificação de evidências e categorização de tensões no uso da água na RMS, ou seja, categorias metodológicas interpretativas e analíticas de eventos empíricos, de modo a lhes atribuir conteúdo de fenômeno e, a partir daí, tipificá-los. Obteve-se uma predominância da tensão pela apropriação da água (T-1), em especial nas áreas de maior demanda por água para usos urbano-industriais. A tensão dos usos da água em atividades culturais (T-3), a menos frequente, confirmou a permanência contra-hegemônica da ruralidade no espaço metropolitano e revelou um nítido potencial para o desenvolvimento humano e conservação da natureza, porque tais usos demandam por boas condições ambientais dos mananciais. A aplicação do IQTA deslindou uma dimensão da realidade social, que emergiu das noções de rural e ruralidade metropolitana em sua relação com o uso das águas, ignorada nas políticas públicas da RMS, cuja questão ambiental poderia ser ressignificada no espaço da metrópole como rural-urbana.


Palavras-chave


tensões; usos da natureza; rural-urbano; desenvolvimento; identidades territoriais; civilidade metropolitana

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/dma.v58i0.69907