Em torno da coisa e da letra: Clarice com Heidegger e Lacan.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/rel.v98i0.61008

Palavras-chave:

coisa, letra, Clarice Lispector

Resumo

O arrebatamento provocado no leitor pela escrita de Clarice Lispector é algo difícil de se explicar. A experiência de leitura guarda sempre certa singularidade, variando o ponto em que o leitor é mobilizado. Ainda assim, podemos arriscar construir hipóteses que delineiam alguns vetores dessa potência do texto. Em sua fase final, a escrita clariciana se dobra sobre si mesma e envereda pelos mistérios desse movimento que é escrever. Clarice evoca um momento fundamental da experiência humana que reside sobre a relação das palavras com as coisas, ou da linguagem com o ser. O trauma da entrada na linguagem é carregado por todos e cada um de nós. Trata-se de um velho conhecido que se renova sempre que tentamos nomear isso que da realidade nos escapa. Propomos, neste trabalho, fazer um breve percurso no texto de Água viva e de Um sopro de vida, a partir da articulação de dois significantes: coisa e letra. Como horizonte teórico, invocamos a formulação dada por Heidegger à questão "que é uma coisa?", bem como o pensamento de Lacan acerca da noção de letra.  

Biografia do Autor

ALEX KEINE DE ALMEIDA SEBASTIÃO, UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Doutorando em Teoria da Literatura e Literatura Comparada - Poslit - Faculdade de Letras da UFMG

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Publicado

2019-11-05

Como Citar

SEBASTIÃO, A. K. D. A. (2019). Em torno da coisa e da letra: Clarice com Heidegger e Lacan. Revista Letras, 98. https://doi.org/10.5380/rel.v98i0.61008

Edição

Seção

Número temático: As muitas coisas de Clarice Lispector