A prostituta japonesa e o homem de Baçorá: o fracasso do leitor como estratégia textual na ficção de Valêncio Xavier

Autores

  • Francisco R. S. Innocêncio Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.5380/rel.v75i0.10802

Palavras-chave:

Recepção, leitura, teoria do efeito estético, Valêncio Xavier

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar as estratégias de produção de sentido usadas por Valêncio Xavier em seu conto O Mistério da Prostituta Japonesa. Para tanto, recorre a conceitos como o dos espaços vazios da narrativa, de Iser, e o do conseqüente fracasso do leitor diante da incapacidade de superar a assimetria entre seu horizonte de referências e co-referências e o nível de determinação do texto, resultando na ocupação dos vazios do texto unicamente com suas próprias projeções (ISER, 2000). Também recorre ao conceito de obra aberta de Umberto Eco (2000), particularmente no que diz respeito à ocupação dos espaços no campo semântico do texto pelas expectativas do leitor, incluindo aquelas ligadas ao meio cultural em que ele se origina. O conto de Xavier pode ser visto, sob esse prisma, como uma narrativa-espelho, em que o leitor vê no fracasso do personagem-narrador em interpretar a assimetria entre a superfície inerte da prostituta japonesa que dá título ao conto e seu interior aparentemente movediço, fracasso que é ao mesmo tempo originado e preenchido por suas expectativas culturais relacionadas à mulher oriental, uma imagem de suas próprias estratégias de leitura e geração de sentido a partir do texto.

Biografia do Autor

Francisco R. S. Innocêncio, Universidade Federal do Paraná

Doutorando em Letras pela UFPR. Mestre em Letras pela UFPR, área de concentração em Estudos Literários. Tradutor, com obras publicadas pelas editoras Barracuda, Record e Hedra.

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Como Citar

Innocêncio, F. R. S. (2008). A prostituta japonesa e o homem de Baçorá: o fracasso do leitor como estratégia textual na ficção de Valêncio Xavier. Revista Letras, 75. https://doi.org/10.5380/rel.v75i0.10802

Edição

Seção

Estudos Literários