PERSPECTIVA NARRATIVA E ESTATUTO DO PERSONAGEM BRÁS CUBAS
Resumo
Nas Memórias Póstumas de Brás Cubas a situação criada já é,em si mesma, absurda. Sendo ele um defunto, ou um defunto-autor, fornece uma visão de mundo decorrente de seu ponto de vista arbitrário e supra-realista.
Na obra analisada, o ponto de vista, é, em certo sentido, um truque técnico, um meio para servir a fins estéticos mais ambiciosos.
Um momento, marcado pelo tom metafisico-irònico, é seguido por outro mais longo de caráter memorialista-irônico. Duas perspectivas — transcendental e humana — cujo ponto comum é a ironia, revelam um narrador profundamente crítico diante da matéria narrada, dor, leitores, da própria linguagem.
A partir da visão do narrador, estatui-se a personalidade de BrásCubas-narrador e Brás Cubas-personagem. Portanto, uma espécie de auto-retrato: o Brás Cubas que fala sem rodeios da própria consciência para melhor criticar a alheia.
O texto não é estruturado radicalmente, porém relativamente.O humor, como uma tomada de posição entre o verdadeiro e o verossímil, explica a relação Brás Cubas-morto/Brás Cubas-vivo. O morto torna-se a articulação da memória do vivo, aquele que vai criticar a vida do homem em termos de ironia.
Brás Cubas não é apenas um narrador narrando suas memóriasde um ponto de vista incomum. 0 livro é diferente sobretudo pelaruptura dialética verificada, o que lhe confere nova dimensão.
Na obra analisada, o ponto de vista, é, em certo sentido, um truque técnico, um meio para servir a fins estéticos mais ambiciosos.
Um momento, marcado pelo tom metafisico-irònico, é seguido por outro mais longo de caráter memorialista-irônico. Duas perspectivas — transcendental e humana — cujo ponto comum é a ironia, revelam um narrador profundamente crítico diante da matéria narrada, dor, leitores, da própria linguagem.
A partir da visão do narrador, estatui-se a personalidade de BrásCubas-narrador e Brás Cubas-personagem. Portanto, uma espécie de auto-retrato: o Brás Cubas que fala sem rodeios da própria consciência para melhor criticar a alheia.
O texto não é estruturado radicalmente, porém relativamente.O humor, como uma tomada de posição entre o verdadeiro e o verossímil, explica a relação Brás Cubas-morto/Brás Cubas-vivo. O morto torna-se a articulação da memória do vivo, aquele que vai criticar a vida do homem em termos de ironia.
Brás Cubas não é apenas um narrador narrando suas memóriasde um ponto de vista incomum. 0 livro é diferente sobretudo pelaruptura dialética verificada, o que lhe confere nova dimensão.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.5380/rel.v24i0.19593