Oracle Night: uma leitura bakhtiniana da narrativa metaficcional de Paul Auster
Resumo
Este trabalho pretende discutir Oracle Night (2003) de Paul
Auster, primeiramente como uma narrativa metaficcional,
interessada em seu status como ficção, narrativa e linguagem,
mas também baseada numa realidade histórica comprovável;
empregando formas e expectativas tradicionais e ao mesmo
tempo solapando-as; desafiando a fixação de limites entre
gêneros, enquanto se afirma como romance. Mesmo assim,
devido a essas mesmas características, Oracle Night
simultaneamente se insere no que Bakhtin chamou de gêneros
sério-cômicos, e, especificamente, no gênero da sátira menipeia.
As características desse gênero, que impregnam o texto de
Auster, irão assim projetar Oracle Night como um romance pósmoderno como consequência de ser uma sátira menipeia
contemporânea, pois, como enfatiza Bakhtin, o romance é o
único gênero em desenvolvimento que reflete a própria
realidade no processo de seu desdobramento, em total
afinidade com nosso mundo contemporâneo e assim
reinterpretando-se continuamente, em sua constante trajetória
como gênero na vanguarda da mudança.
Palavras-chave
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.5380/rel.v75i0.10798