EDUCAÇÃO AMBIENTAL PODE SER NÃO FORMAL?
UM CASO NA MARGEM DO RIO PARAUAPEBAS (PARÁ-BRASIL)
DOI:
https://doi.org/10.5380/diver.v17i2.97104Palavras-chave:
educação-ambiental, margem, rio, amazônia.Resumo
Em virtude do crescimento populacional aliado ao desenvolvimento urbano, no município de Parauapebas (Pará-Brasil), ocorreu redução da cobertura vegetal na margem dos rios. Contudo, em alguns locais da ourela do Rio Parauapebas, principal da cidade, atividades fruto de Educação Ambiental não formais são realizadas, sem intervenção de qualquer proposta do poder público ou da sociedade civil organizada. O presente trabalho teve como objetivo descrever as motivações dos moradores da margem do Rio Parauapebas ao recuperarem a orla ao longo dos anos, buscando com os envolvidos como eles o vê e como lidam com as questões. Do ponto de vista metodológico, o estudo foi realizado em pesquisa qualitativa de análise bibliográfica para obter as informações junto a moradores, na altura do bairro Primavera, em entrevistas com gravador de áudio e roteiros semiestruturados sobre as motivações dos entrevistados, e relatos de experiências de vida e das ações no local. Os relatos geraram a sistematização do fenômeno ocorrido, mostrando que há diferentes motivações para a manutenção dos arredores a partir da introdução de espécies vegetais, entre essas, evitar a erosão e estabelecimento de ambiente mais ameno. Todos os entrevistados responderam não receber quaisquer tipos de treinamento ou apoio ao plantio. Acima de tudo, todos se reconhecem como parte integrante desses ambientes, dessa forma, espaços não formais podem ser um ambiente para a Educação Ambiental, em que deve provocar mudanças sociais e culturais que visam obter da sociedade a percepção de pertencimento ao ambiente que habitam.
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