RESISTÊNCIAS DE TRABALHADORAS HOMOSSEXUAIS E BISSEXUAIS
DOI:
https://doi.org/10.5380/diver.v12i1.65636Resumo
Este artigo analisou o acesso ao emprego de trabalhadoras que se identificam como homossexuais ou bissexuais. A questão norteadora foi: a condição sexual (homo ou bissexual) pode influenciar o acesso ao trabalho? Adotamos uma abordagem de métodos mistos em 2016, com 108 mulheres brasileiras homossexuais e bissexuais, de diferentes profissões abordadas pela técnica Snowball. Primeiramente responderam a uma pesquisa online baseada em perfil sociodemográfico e depois realizou-se entrevistas semiestruturadas em profundidade com 25 mulheres. Os dados coletados apontaram que nos últimos anos houve avanços importantes nas políticas públicas para as mulheres, com base nas lutas dos movimentos feministas e de gênero. Mas também apontam que as algumas mulheres homossexuais e bissexuais brasileiras entrevistadas enfrentam preconceito e discriminação no acesso a oportunidades detrabalhoprincipalmente em instituições privadas. Já nas públicas o mesmo decorre durante o desenvolvimento das relações sociais e na carreira. Fatos estes causados pela heteronormatividade compulsória manifestadas pelo sexismo e machismo de ambos os gêneros. Contudo, resistem de diferentes maneiras por estratégias pessoalmente adotadas: 1) clandestinidade; 2) concurso público; 3) empreendedorismo e 4) defrontação.
Palavras-chave:mulheres; lésbicas; trabalho; preconceito; discriminação.
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