AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE in vitro DO FIPRONIL CONTRA LARVAS NÃO ALIMENTADAS DE Dermacentor nitens
DOI:
https://doi.org/10.5380/avs.v15i5.77105Keywords:
acaricida, carrapato, controle, fenilpirazolAbstract
O carrapato Dermacentor nitens parasita preferencialmente equinos e é popularmente conhecido como carrapato da orelha dos cavalos. A infestação por este parasito promove prejuízos ao animal pela espoliação sanguínea, queda na produtividade, predisposição ao aparecimento de miíases e infecções bacterianas secundárias, além de ser vetor do protozoário Babesia caballi, agente causador da babesiose equina. Assim, o objetivo deste trabalho é avaliar a atividade acaricida in vitro do fipronil, em três diferentes metodologias, contra larvas não alimentadas de D. nitens. Os ensaios foram realizados em duplicata, com larvas não alimentadas de 17 dias, obtidas na colônia do Laboratório de Quimioterapia Experimental em Parasitologia Veterinária (LQEPV) no Instituto de Veterinária (IV) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). As seguintes concentrações de fipronil foram testadas: 1; 2,5; 5; 10; 20; 40; 60; 80 e 100 ppm, obtidas a partir da diluição de fipronil técnico em água e triton-x para as metodologias de imersão larval (LIT) e de LIT adaptado, e em azeite de oliva extra virgem e tricloroetileno (2:1) para a metodologia de pacote de larvas (LPT). Na metodologia LIT, 300 larvas foram imersas em um microtubo com 1mL de solução por 10 minutos. Após drenar a solução, as larvas foram secas e aproximadamente 100 colocadas em envelope de papel filtro (6x6cm). Para LIT adaptado, aproximadamente 100 larvas foram depositadas em um sanduíche de papel filtro (2x2cm) impregnado com 500 µL da solução. Cada sanduíche foi acondicionado em envelope de papel filtro (6x6cm). E para LPT, o papel filtro (8,5x7,5cm) foi previamente impregnado com 670 µL de solução. Após duas horas de secagem, foram feitos envelopes e cerca de 100 larvas foram alocadas em cada. Para as três metodologias, o armazenamento foi feito em estufa climatizada com demanda controlada de oxigênio a 27ºC e 80% UR. Após 24 horas foi realizada leitura para avaliação da mortalidade, de acordo com a seguinte fórmula: % de mortalidade = total de larvas mortas x 100 / total de larvas. Os dados encontrados foram tabulados e os valores das concentrações letais CL50 e CL90 foram calculadas estatisticamente por meio da análise Probit utilizando o programa computacional R versão 3.6.1. Para LIT, a CL50 foi de 3,04 ppm (2,36-3,77 ppm), e a CL90 de 22,29 ppm (17,94-28,77 ppm). O slope obtido foi de 1,481±0,334 e o R de 0,584. Enquanto LIT adaptado, a CL50 foi de 14,32 ppm (12,79-15,98 ppm), e a CL90 de 49,19 ppm (42,48-58,30 ppm), e em LPT a CL50 foi de 20,77 ppm (18,50-23,33 ppm), e a CL90 de 80,06 ppm (67,63-97,58 ppm), maiores que as obtidas em LIT. O slope obtido foi de 2,391±0,130 e o R de 0,899 para LIT adaptado, e para LPT o slope foi de 2,187±0,418 e o R de 0,973. Portanto, o fipronil demonstrou ação larvicida in vitro contra D. nitens nas concentrações avaliadas, tornando este fenilpirazol um provável ativo utilizado para o controle deste carrapato, além de LIT ter sido a metodologia mais sensível em que se obteve as menores CLs para o fipronil.
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