Representações sociais sobre ‘ser atingido’ por rejeitos de minério: um estudo sobre os afetados pela barragem de Fundão
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v60i0.76467Palavras-chave:
atingidos, mineração, representações sociais, complexidadeResumo
A indústria mineral revela-se de extrema importância para a estabilidade do padrão de vida humano contemporâneo, segundo o discurso dominante. Porém, nos últimos anos ocorreram desastres que mostram os limites da atividade extrativista minerária. O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana-MG (2015), impactou a natureza e afetou milhares de famílias que dependiam, direta ou indiretamente, das águas do Rio Doce que foram enlameadas com rejeitos de minério. Nessa pesquisa, buscou-se identificar e interpretar as representações sociais que foram elaboradas sobre o sentido de ‘ser atingido’. Orientado por uma perspectiva interdisciplinar, articulou-se o enfoque da Complexidade ao da Teoria das Representações Sociais. Para o levantamento dos dados realizou-se 1) análise documental do jornal A Sirene (elaborado pelos atingidos) e atas das reuniões do Comitê Interfederativo (CIF), entre os anos de 2016-2018; 2) entrevistas com pessoas atingidas e com membros do CIF; 3) observação participante e conversas informais durante as idas a campo. Os resultados mostram que as representações sociais sobre ser ‘atingido’ vinculam-se a elementos diversos, de ordem material e imaterial. Conclui-se que a normatização técnica e jurídica da categoria de atingido da mineração pode ser limitadora e excludente, não promovendo a justiça, pois numa realidade complexa as afetações de um acontecimento de grandes dimensões são múltiplas.
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