Como Belo Monte se tornou sustentável? Ponderações baseadas no estudo da controvérsia da pesca na região de Altamira/PA
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v58i0.74746Palavras-chave:
controvérsias tecnocientíficas, Usina Hidrelétrica Belo Monte, conflitos ambientais, estudos ambientaisResumo
Este artigo mapeia e discute a controvérsia na pesca gerada pelas perturbações no rio Xingu em decorrência da construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte. As alterações na pesca local, longe de serem consensuais, foram captadas por meio do mapeamento da controvérsia sobre a pesca na região, da observação e realização de entrevistas. Recorre-se à categoria de controvérsia tecnocientífica para mostrar como as alegações no âmbito tecnocientífico são formuladas, disputadas e encerradas não com base em um consenso científico, mas com auxílio de uma rede de sustentação construída por humanos (pescadores, indígenas, pesquisadores) e não humanos (peixes, relatórios, financiamento, acordos) que exerce mais influência sobre os demais. A pesquisa apontou que a suspensão da controvérsia em questão agrava os conflitos ambientais, uma vez que existem diferentes versões ambientais sobre o rio Xingu, apreendidas pela ciência, mas que são ignoradas no âmbito da legitimação dos impactos da obra. O estudo conclui que a controvérsia é encerrada à força com a demarcação política “Belo Monte é sustentável”, que age com a ajuda de diretrizes científicas favorecendo estudos em larga escala sobre o rio, apoiadas pela rede do programa de ação que constrói a Usina.
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