Transformações nos sistemas de produção familiares diante a implantação do cultivo de dendê na Amazônia Oriental
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v40i0.47330Palavras-chave:
trajetórias produtivas, agricultura familiar, dendeicultura, AmazôniaResumo
Neste artigo, analisam-se as mudanças nos sistemas de produção familiares ao longo de suas trajetórias produtivas, enfatizando-se as transformações ocorridas em função da implantação da dendeicultura nesses sistemas na Amazônia Oriental. A pesquisa foi realizada no Nordeste Paraense (principal área de expansão de dendezais), onde foram aplicados 162 questionários junto a agricultores familiares integrados às agroindústrias de dendê. Realizou-se também análise retrospectiva em 10 estabelecimentos agrícolas. Como principais resultados, obteve-se a identificação de cinco tipos de sistemas de produção, combinando-se a cultura do dendê com atividades como o cultivo de anuais, sistemas agroflorestais (SAF), pimenta do reino e a criação de bovinos. Na análise de trajetória, a tipologia revelou três grupos de trajetórias: 1) trajetória das anuais e com tendência à especialização no cultivo do dendezeiro; 2) trajetória das perenes (destaque para a pimenta do reino e frutíferas em SAF) e dendê e; 3) trajetória da pecuária e dendê. O que diferenciam as trajetórias são as estratégias desenvolvidas por cada família para garantir sua reprodução social por meio da agricultura. Conclui-se que a implantação da dendeicultura provocou transformações na estrutura, organização e trajetória dos sistemas de produção, mas as mudanças não são apenas práticas. Ocorreram, também, mudanças no campo simbólico, pois o sistema de integração representa, para os agricultores familiares, a “modernidade”, por dispor de todo um aparato financeiro e tecnológico o qual culturas tradicionais na região, como a atividade da mandioca, não possuem. Assim, para os agricultores, observou-se que a dendeicultura representa a principal alternativa para o desenvolvimento.
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