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A pegada de carbono dos resíduos sólidos da mineração de ferro: um estudo de caso no Brasil

Lorena Drumond Barboza Morais, Mariangela Garcia Praça Leite

Resumo


Ações para mitigação das mudanças climáticas que visem à redução das emissões de CO2 pelos setores mais prevalentes do mercado são indispensáveis para o desenvolvimento sustentável da sociedade. A mineração de ferro é uma protagonista da economia brasileira, contudo a atividade está associada a altas emissões de CO2 e geração Resíduos Sólidos (RS), que representam grandes desafios para o setor. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar e discutir a Pegada de Carbono do manejo de RS na Mina do Andrade, um empreendimento de mineração de ferro localizado na região nordeste do Quadrilátero Ferrífero (MG/BR), como instrumento para desenvolvimento de políticas de baixo carbono.  Essa avaliação foi feita por meio do Método Composto das Contas Correntes (MC3), o qual possibilita a estimativa da Pegada de Carbono Corporativa (PCC) de organizações a partir de documentos fornecidos pela própria empresa. As emissões totais (PCC líquida) para o manejo de RS no empreendimento foram de 346,58 tCO2 em 2017, 343,15 tCO2 em 2018 e 343,44 tCO2 em 2019. A PCC total dos Resíduos Sólidos Industriais (RSI) foi nula em todo o período, visto que as áreas de florestas contidas nos limites do empreendimento supriram demanda por sequestro de carbono gerados no manejo dos resíduos. A redução na geração de RSI e a adoção de estratégias de produção mais limpa foram os principais propulsores para a redução da emissão bruta de carbono pelo empreendimento no triênio avaliado. O uso do solo para a disposição dos estéreis de mineração em pilhas gerou a maior PCC de RS do empreendimento em todo o período avaliado. Então, este estudo, pioneiro no estudo da PCC de RS da mineração de ferro, preenche parte da lacuna existente devido ao escasso número de estudos revisados por pares a respeito da Pegada de Carbono do setor.


Palavras-chave


pegada de carbono; método composto das contas correntes (MC3); mineração; resíduos de mineração

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/dma.v62i0.81457