Desmanche de territórios indígenas e de unidades de conservação no novo arco de desmatamento em Rondônia/Brasil e Beni/Bolívia (2018-2020)

Autores

  • Luis Fernando Novoa Garzon Universidade Federal de Rondônia (UNIR) http://orcid.org/0000-0003-2280-7959
  • Daniele Severo da Silva Universidade Federal de Rondônia (UNIR)
  • Maíra Silva Ribeiro Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

DOI:

https://doi.org/10.5380/dma.v60i0.80233

Palavras-chave:

desestruturação territorial, estratégias empresariais, terras protegidas na Amazônia, cartografias sociais, processos transfronteiriços de resistência

Resumo

A Amazônia, ao tornar-se palco de sacrifícios que servem para solidificar acordos econômico-políticos, está sendo objeto de uma guerra assimétrica em função de novas apropriações e capitalizações. Nosso propósito foi demonstrar como avançam e se entrecruzam as diversas frentes de despossessão na região amazônica para que sejam explicitadas as práticas de estigmatização e extermínio que as impulsionam. O nosso objetivo foi mapear o novo arco de desmatamento na Amazônia, identificando um conjunto de ameaças ao Corredor de Conservação do Estado de Rondônia e a região fronteiriça com a Bolívia, mais especificamente, a região que compreende o Parque Estadual de Guajará-Mirim, a Reserva Extrativista Jaci-Paraná, e as Terras Indígenas Karipuna, Igarapé Ribeirão, Igarapé Lage. Tratam-se de Unidades de Conservação e de Territórios Indígenas que estão sendo fortemente acossados pelas atividades madeireira, mineral e agropecuária nos dois lados da fronteira. A região amazônica tem servido para aprofundar o perfil produtivo neoextrativista do Brasil e do continente latino-americano. Perfil que depende crescentemente da flexibilização de direitos territoriais e de normativas ambientais e da precarização da força de trabalho. Compõem esse regime de simplificação territorial e redução política: a) marcos regulatórios sob encomenda dos investidores; b) formações discursivas pró-abertura de fronteiras contra qualquer limite ambiental ou pactuação social; c) e processos de militarização (e paramilitarização) dos territórios em processo de apropriação. Elaboramos cartografias sociais que propiciaram uma compreensão espacializada das estratégias empresariais que confluem para esta região. Em resposta a estas estratégias, observamos processos de resistência em um contexto de “risco duplicado” a que estão submetidos os povos indígenas e originários, considerando os efeitos perversamente diferenciados da pandemia do COVID- 19 sobre os mesmos.

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Publicado

2022-08-12

Como Citar

Novoa Garzon, L. F., da Silva, D. S., & Ribeiro, M. S. (2022). Desmanche de territórios indígenas e de unidades de conservação no novo arco de desmatamento em Rondônia/Brasil e Beni/Bolívia (2018-2020). Desenvolvimento E Meio Ambiente, 60. https://doi.org/10.5380/dma.v60i0.80233

Edição

Seção

O desmonte socioambiental e as resistências emergentes