Análise de impactos da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo sobre os serviços ecossistêmicos e os stakeholders
Resumo
O trabalho propõe uma análise de impactos de áreas marinhas protegidas que integre a análise de stakeholders e a avaliação de impactos sobre os serviços ecossistêmicos, a fim de ampliar o aprendizado social na adoção de estratégias de gestão e engajamento, utilizando a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (ReBio) como estudo de caso. Esta protege um arquipélago localizado no litoral de Santa Catarina, entre Florianópolis e Bombinhas, contribuindo para manutenção da biodiversidade e produção pesqueira da região. A integração metodológica teve três etapas: Mapeamento e Análise dos Stakeholders, Identificação dos Serviços Ecossistêmicos, e Análise dos impactos da ReBio Arvoredo sobre os serviços ecossistêmicos. Foram encontradas 21 categorias de partes interessadas, distribuídas em todos os 8 grupamentos possíveis e possuindo características distintas de engajamento: poder, legitimidade e rede de relacionamento. Um total de 21 serviços ecossistêmicos marinhos foram identificados, sendo dois de provisão, oito de regulação e onze culturais. A análise dos impactos sobre os serviços ecossistêmicos e os stakeholders possibilitou verificar cinco impactos negativos e dezesseis impactos positivos decorrentes da implementação e manutenção da ReBio, todos os impactos se distribuem de maneira diferenciada e com intensidades variadas. A metodologia conseguiu enaltecer a interdependência das implicações sociais da gestão por meio do entendimento dos impactos sobre os serviços ecossistêmicos e os efeitos sobre os stakeholders categorizados, destacando os principais pontos a serem trabalhados no relacionamento da ReBio com seu entorno. Esta abordagem pode ser replicada em outras áreas protegidas e o conhecimento produzido pode ser usado para mudar crenças e entendimentos sobre o papel dos ecossistemas no bem-estar humano e, estrategicamente, ajudar os órgãos ambientais na articulação e comunicação de seus interesses em mitigar a distribuição de impactos negativos e a ampliação da repartição dos benefícios gerados pelas unidades de conservação brasileiras.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFDOI: http://dx.doi.org/10.5380/dma.v58i0.75786