Importância dos programas voltados aos agricultores familiares nos períodos de seca e frente à necessidade de adaptação às mudanças climáticas no Semiárido brasileiro

Autores

  • Patricia dos Santos Mesquita Rede CLIMA- Sub-rede Desenvolvimento Regional; INCT/Odisseia (Observatório das dinâmicas socioambientais: sustentabilidade e adaptação às mudanças climáticas, ambientais e demográficas); CDS/UnB https://orcid.org/0000-0002-3755-0212
  • Louise Cavalcante Estudante de Doutorado Public Administration and Policy Group, Wageningen University and Research e Pesquisadora Associada Júnior no Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília. https://orcid.org/0000-0002-8773-540X
  • Carolina Milhorance CDS/UnB, Brasil Pesquisadora colaboradora https://orcid.org/0000-0002-3290-8596
  • Daniela Nogueira CDS/UnB, Brasil Pesquisadora colaboradora
  • Nadine Andrieu Cirad - La recherche agronomique pour le développement; Unité Mixte de Recherche Innovation et Développement dans l'Agriculture et l'Agroalimentaire (Innovation) https://orcid.org/0000-0001-9558-9302

DOI:

https://doi.org/10.5380/dma.v55i0.72974

Palavras-chave:

semiárido, mudanças climáticas, agricultura familiar, São Francisco, adaptação

Resumo

A região do Semiárido, ao longo dos anos, foi alvo de uma transição de políticas públicas voltadas ao combate à seca para as políticas com base na Convivência com o Semiárido. Com base nesse paradigma, foram desenvolvidas políticas em vários âmbitos de modo a apoiar os agricultores familiares mais vulneráveis. Entretanto, diante das mudanças climáticas previstas para a região, preconiza-se a necessidade de um melhor entendimento das percepções sobre o clima, seu impacto nos processos produtivos e os ajustes realizados, de modo que possam ser identificadas as principais vulnerabilidades e os processos de adaptação que podem ser fomentados pelas políticas. Com base nisso, por meio de entrevistas qualitativas, buscou-se entender a percepção sobre esses tópicos por parte de 54 agricultores familiares de sequeiro na região do Submédio São Francisco. De modo geral, a maioria dos entrevistados relatou a percepção de mudanças no clima nos últimos 15-20 anos, assim como preocupação sobre o clima futuro. A última seca (2011-2018) causou perdas produtivas que, em sua maioria, levaram a ajustes reativos aos acontecimentos. Diante das declarações, foi observado que existe uma percepção sobre a necessidade de planejamento, de modo que alternativas de adaptação anteriores aos impactos possam ser realizadas. Entretanto, vários desafios limitam o desenvolvimento de uma cultura de adaptação, dentre eles os relativos à utilização e às limitações das políticas públicas. Por fim, discute-se a necessidade de se atualizar algumas estratégias promovidas pelo paradigma de Convivência com o Semiárido, de modo a incorporar a perspectiva das mudanças climáticas e possibilitar o aumento das capacidades adaptativas dos agricultores familiares para que esses possam antever os eventos (adaptação ex-ante) e não apenas responder aos seus impactos (adaptação ex-post).

Biografia do Autor

Patricia dos Santos Mesquita, Rede CLIMA- Sub-rede Desenvolvimento Regional; INCT/Odisseia (Observatório das dinâmicas socioambientais: sustentabilidade e adaptação às mudanças climáticas, ambientais e demográficas); CDS/UnB

Pós-doutoranda

Rede CLIMA- Sub-rede Desenvolvimento Regional;
INCT/Odisseia (Observatório das dinâmicas socioambientais: sustentabilidade e adaptação às mudanças climáticas, ambientais e demográficas);
CDS/UnB

Louise Cavalcante, Estudante de Doutorado Public Administration and Policy Group, Wageningen University and Research e Pesquisadora Associada Júnior no Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília.

Mestrado em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília & Graduação em Ecologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Carolina Milhorance, CDS/UnB, Brasil Pesquisadora colaboradora

Pós-doutoranda da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (REDE CLIMA) e pesquisadora colaboradora do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (CDS/UnB). Doutora em Ciência Política pela Universidade Paris Saclay em cotutela com a Universidade de Brasília (CDS-UnB), foi pesquisadora do Centro de cooperação internacional em pesquisa agronômica para o desenvolvimento (CIRAD/França) entre 2012 e 2016. Mestre em Relações Internacionais com ênfase em Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável pela Sciences Po Paris (2012). Possui Bacharelado em Relações Internacionais pela PUC-Rio (2008) e em Ciências Biológicas/Ecologia pela UFRJ (2009). Atuou como consultora para a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO - Moçambique), a ONG Oxfam Moçambique, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Relações Internacionais (IDDRI - França), dentre outros. Foi assistente de programa na OCDE (Clube do Sahel e da África Ocidental), assistente institucional e de diversos programas no Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e participou de projetos de pesquisa em monitoramento biológico na FIOCRUZ.

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Publicado

2020-12-17

Como Citar

Mesquita, P. dos S., Cavalcante, L., Milhorance, C., Nogueira, D., & Andrieu, N. (2020). Importância dos programas voltados aos agricultores familiares nos períodos de seca e frente à necessidade de adaptação às mudanças climáticas no Semiárido brasileiro. Desenvolvimento E Meio Ambiente, 55. https://doi.org/10.5380/dma.v55i0.72974

Edição

Seção

Sociedade e ambiente no Semiárido: controvérsias e abordagens