Ciência, valores, conhecimento tradicional/indígena e diálogo de saberes
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v50i0.65422Palavras-chave:
ciência moderna, valores, saberes tradicionais, diálogo de saberes, estratégias metodológicas, pesquisa multiestratégica, tecnociência comercialmente orientada, agroecologiaResumo
Este artigo discute a possibilidade de um diálogo construtivo entre ciência moderna e saberes tradicionais/indígenas, inclusive os saberes dos Povos Tradicionais na América Latina. O argumento desenvolvido nele depende de interpretar a ciência em termos da pesquisa multiestratégica [P-MS]: utiliza a distinção entre estratégias descontextualizadoras (SDs) e estratégias sensíveis ao contexto (SCs) e as teses: as estratégias metodológicas adotadas para projetos de pesquisa podem variar com as características dos objetos da pesquisa; há relações de reforço mútuo entre a adoção duma estratégia e a aderência a valores éticos e sociais particulares; há limites nos tipos dos objetos que podem ser investigados sob uma estratégia; e as várias estratégias desempenham papeis complementares. A tese principal do artigo é que o diálogo construtivo entre a P-MS e os saberes tradicionais é possível na condição de que (a) o conhecimento obtido nos saberes tradicionais pode ser interpretado como tendo sido gerado sob variedades das SCs, cuja adoção tem relações de reforço mútuo com a aderência aos valores incorporados nos modos de vida e práticas dos grupos que fomentam os saberes; e/ou (b) a P-MS pode ser interpretada como consistindo num conjunto de saberes – cada um identificado por uma estratégia – que pertence a um conjunto maior dos saberes (cada um social, cultural e historicamente situado) que também contém os tradicionais, do qual todos os membros geram conhecimento com credenciais epistêmicas potencialmente comparáveis àqueles de investigações científicas conduzidas sob as SDs.
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