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Projeto Sanear Amazônia: tecnologias sociais e protagonismo das comunidades mudam qualidade de vida nas reservas extrativistas

Ricardo Silveira Bernardes, Antônio Adevaldo Dias da Costa, Carolina Bernardes

Resumo


Um processo de implementação de infraestrutura para saneamento rural está em curso em reservas extrativistas na Amazônia, por meio de ações integradas realizadas pela sociedade civil, poder público e população beneficiária. Este artigo retrata o histórico do projeto Sanear Amazônia, que vem sendo executado desde 2007, descrevendo o protagonismo dos movimentos sociais extrativistas e seu impacto na qualidade de vida da população beneficiada. O papel dos parceiros envolvidos no desenvolvimento do projeto e o arranjo institucional que instrumentalizou sua execução, são destacados. O marco metodológico do trabalho foi embasado na pesquisa-ação, envolvendo aspectos qualitativos e quantitativos, abarcando 5% do universo de famílias das Resex atendidas pelo projeto. Os resultados indicam que o projeto Sanear Amazônia ampliou em 100% o acesso ao saneamento rural das populações nas reservas extrativistas beneficiadas, por meio de um processo que favoreceu a participação da sociedade civil organizada, integrada com ações de outras instituições. Ademais, constatou-se uma melhora na qualidade de vida dessas populações, a partir da redução em 22% das taxas de ocorrência de parasitoses intestinais e 65% na taxa de prevalência de diarreia em crianças menores de 12 anos. Relatos da população beneficiada foram relevantes para constatar a melhoria da qualidade de vida, após a implantação das tecnologias sociais. Conclui-se que o processo de acesso ao saneamento rural, notadamente em relação à água com qualidade, quantidade, acessibilidade, para a população rural na Amazônia deve considerar o protagonismo dos beneficiários para garantir a sua efetividade.

Palavras-chave


saneamento rural; acesso à água; protagonismo social; qualidade de vida; reserva extrativista

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/dma.v48i0.58510