Mudanças espaço temporal da disponibilidade de serviços ecossistêmicos em uma microbacia hidrográfica do nordeste brasileiro

Autores

  • Lucianna Marques Rocha Ferreira Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
  • Luciana Slomp Esteves Bournemouth University
  • Enio Pereira de Souza Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
  • Carlos Antonio Costa dos Santos Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
  • Veneziano Guedes de Sousa Rêgo Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)

DOI:

https://doi.org/10.5380/dma.v52i0.57716

Palavras-chave:

expansão urbana, mudança da paisagem, recursos naturais, valoração de serviços ecossistêmicos, espaço verde

Resumo

A mudança no uso e ocupação da terra altera a dinâmica de ecossistemas e afeta a provisão de serviços ecossistêmicos, que são a base para a manutenção da vida e do bem-estar físico, mental e espiritual humano. Nesse contexto, o estabelecimento humano em países em desenvolvimento ocorreu, de modo geral, de forma desordenada e sem planejamento, ocasionando deterioração ambiental. No nordeste brasileiro, onde o recurso hídrico é escasso, as aglomerações humanas tendem a ocorrer próximas à rede hídrica, elevando a pressão antrópica sobre esse recurso. Este trabalho analisa as alterações na provisão de serviços ecossistêmicos na Microbacia Hidrográfica Riacho das Piabas, Paraíba, Brasil, associadas a mudanças do uso e ocupação da terra entre os anos de 1989, 2007 e 2014. Mudanças no uso e ocupação da terra foram identificadas e quantificadas por meio de técnicas de sensoriamento remoto e sistema de informação geográfica. Os serviços ecossistêmicos foram analisados por meio de média de valor monetário estimado de serviço ecossistêmico (VSE) disponível na literatura, utilizando o método de transferência de benefício. Em 1989, o valor total de serviço ecossistêmico foi estimado em US$ 7,18 milhões, reduzindo para US$ 3,73 milhões em 2007 e US$ 2,72 milhões em 2014. Houve aumento de 115% de área construída entre 1989 e 2014, resultando em redução de serviços ecossistêmicos de 62% entre os anos de 1989 e 2014. O declínio do VSE reflete o impacto negativo do processo de urbanização na manutenção de serviços ecossistêmicos, sobretudo os ofertados pela vegetação. A categoria vegetação arbórea foi a mais valiosa para a área de estudo, disponibilizando maior número de funções ecossistêmicas com alto VSE. Entretanto, foi a categoria que mais perdeu área ao longo dos anos. Portanto, é fundamental planejar, criar e manter áreas verdes para minorar os impactos do processo de urbanização na provisão de serviços ecossistêmicos.

Publicado

2019-12-30

Como Citar

Ferreira, L. M. R., Esteves, L. S., de Souza, E. P., dos Santos, C. A. C., & Rêgo, V. G. de S. (2019). Mudanças espaço temporal da disponibilidade de serviços ecossistêmicos em uma microbacia hidrográfica do nordeste brasileiro. Desenvolvimento E Meio Ambiente, 52. https://doi.org/10.5380/dma.v52i0.57716

Edição

Seção

Artigos