Comportamentos e perceções acerca da participação pública em ciência e tecnologia e nas alterações climáticas: os casos de Portugal e Espanha
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v40i0.49067Palavras-chave:
participação pública, “public engagement with Science”, comunicação de ciência, alterações climáticasResumo
A urgência de um maior envolvimento público nos debates e nos processos de tomada de decisão relacionado com as alterações climáticas tem vindo a ser crescentemente apontada em vários relatórios (eg. IPCC, 2007; 2013; 2014a; 2014b) e por diversos autores (eg. Caride & Meira, 2004; O’Neill & Nicholson-Cole, 2009; Lakoff, 2010; Phillips et al., 2012). No entanto, a participação dos cidadãos portugueses e espanhóis na questão tem sido promovida fundamentalmente através de iniciativas de participação não dialógicas, resumindo-se a sua atuação fundamentalmente a ações de poupança energética e à reciclagem. A partir da administração de um inquérito exploratório a 227 cidadãos portugueses e espanhóis, são analisados os comportamentos, as perceções e os constrangimentos à sua participação nas alterações climáticas, identificando-se os principais fatores que podem influenciar o seu envolvimento nos debates e processos decisórios e analisando a importância que atribuem à sua participação nas decisões que envolvem temas científicos. Os dados obtidos denotam alguma preocupação e bastante interesse na questão das alterações climáticas por parte dos cidadãos inquiridos em ambos os países, com destaque para os seus efeitos, e a maioria referiu sentir-se razoavelmente informada acerca destes temas. Os cidadãos inquiridos consideram que a consulta pública sobre temas de C&T ainda não é suficiente, assumindo na sua grande maioria que não tem estado ativamente envolvidos em tais processos. Reconhecem, igualmente, que têm um papel pouco participativo nestas questões, em particular nas alterações climáticas, apontando como constrangimentos relevantes a sua iliteracia científica e o desinteresse que os cidadãos no geral têm por temas de cariz científico, a resistência demonstrada pelos decisores à democratização deste tipo de debates e à implementação de instrumentos participativos, o difícil acesso à informação e as dificuldades de comunicação entre os cientistas e os cidadãos.
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