Desafios para a construção do conceito afrocentrado de desenvolvimento em comunidades quilombolas no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v45i0.48583Palavras-chave:
quilombos, desenvolvimento, território, sustentabilidadeResumo
No Brasil, as iniquidades sociais persistem ao longo do tempo e estão fortemente associadas ao processo cruel de colonização estruturado no sistema escravocrata. O modelo convencional de desenvolvimento no Brasil, baseado na busca do crescimento econômico em detrimento do equilíbrio socioambiental, tem sido extremamente danoso às comunidades tradicionais, que têm seus territórios e as riquezas naturais existentes ameaçados frente à lógica ocidental de progresso. As comunidades quilombolas têm lutado ao longo dos anos para efetivar seus direitos de cidadania, principalmente o de titulação dos seus territórios, bem como o de acesso às políticas públicas de saúde, educação, e demais direitos de bem-estar social. Diante do discurso de desenvolvimento sustentável, inicialmente utilizado para promover a integração dos países e comunidades periféricos na lógica desenvolvimentista dos países centrais, as comunidades tradicionais quilombolas não têm suas necessidades e particularidades contempladas em propostas e projetos. Apesar de divulgarem a necessidade de equilíbrio econômico, social e ambiental, os agentes governamentais indutores de políticas de desenvolvimento sustentável não estimulam a emancipação das comunidades. Tampouco incentivam a valorização das concepções e valores civilizatórios que positivamente têm integrado as comunidades aos seus territórios, de modo a promover o convívio equilibrado entre seus membros e o meio ambiente. A construção de um novo panorama para promoção do bem-estar coletivo e da conservação ambiental em comunidades quilombolas requer o reconhecimento da contribuição de epistemologias que localizem o afrodescendente no centro da sua história e de seu presente, promovendo a descolonização do pensamento. A discussão acerca do desenvolvimento em comunidades quilombolas perpassa pelo reconhecimento, pela efetivação dos direitos das comunidades e pela valorização dos saberes e práticas das comunidades, na construção de ambientes sustentáveis e equânimes.
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