Eletricidade para o bombeamento de água subterrânea: limitações e oportunidades para respostas adaptativas às mudanças climáticas
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v30i0.35588Palavras-chave:
mudanças climáticas, adaptação, política, água subterrânea, nexo água-energia, água virtual, MéxicoResumo
Globalmente, o uso de água subterrânea tem se intensificado para suprir as demandas de irrigação, abastecimento urbano, industrialização e, em alguns casos, geração de energia elétrica. Em resposta à variabilidade hidroclimática, a água superficial vem sendo substituída por água subterrânea, o que deve ser visto como um recurso estratégico para a adaptação climática. Nesse sentido, o abastecimento de eletricidade para o bombeamento de água seria uma ferramenta política de adaptação. O presente trabalho examina a influência do abastecimento e dos preços da eletricidade sobre a irrigação com água subterrânea e as emissões resultantes, referindo-se mais especificamente ao caso do México – uma “tempestade perfeita” na relação entre clima, água e energia. O abastecimento de energia no período da noite, com tarifas abaixo das taxas já subsidiadas para o uso agrícola de água subterrânea, levou os produtores mexicanos a intensificarem o bombeamento, revertendo os efeitos de avanços importantes no condizente à conservação de água e eletricidade. O bombeamento indiscriminado de água subterrânea, incluindo exportação de água virtual na produção agrícola, ameaça a sustentabilidade dos aquíferos a longo prazo, bem como dos usos não agrícolas da água e das interações entre rios e aquíferos que mantêm os ecossistemas ribeirinhos. Estima-se que as emissões resultantes da extração de água subterrânea para uso agrícola no México represente 3,6% das emissões nacionais totais e sejam equivalentes às emissões para o transporte dessa mesma produção agrícola ao mercado. O artigo conclui com uma avaliação das tendências em energia, água e clima, combinadas com políticas futuras para tratar desses desafios.
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