Análise dos aspectos institucionais da regulação de OGMs no Brasil: boas práticas de governança ambiental?

Autores

  • Denise Gallo Pizella Universidade de São Paulo
  • Marcelo Pereira de Souza Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5380/dma.v25i0.25495

Palavras-chave:

governança ambiental, regulação de OGMs no Brasil, participação social, justiça ambiental, acesso às informações ambientais.

Resumo

A liberação para o plantio de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) é um assunto controverso e que requer cuidados, pois envolve a segurança alimentar do país, a soberania dos produtores quanto às sementes utilizadas e os potenciais riscos ambientais em longo prazo. Deste modo, é importante uma análise da forma como as estruturas decisórias, tanto formais quanto informais, são estabelecidas para tratar destas questões, ou seja, a governança ambiental dos OGMs no Brasil, o que será o objetivo deste artigo. Dentre as boas práticas de governança a serem analisadas, utilizar-se-ão os seguintes parâmetros: participação popular nas tomadas de decisão, acesso às informações e à justiça ambiental. Como resultados obtiveram-se: do ponto de vista da participação pública, há falhas, já que os órgãos decisórios possuem pequena permeabilidade social, pois a CTNBio realiza audiências públicas apenas quando de sua decisão ou por mandado judicial, o que limita o acesso à participação na deliberação sobre os OGMs. Quanto ao acesso às informações, também se apontaram problemas, já que o Sistema de Informações em Biossegurança não se encontra implementado. A justiça ambiental é ineficiente, pois diversos casos de contaminação de variedades orgânicas e convencionais por OGMs prejudicam economicamente tais agricultores, especialmente os primeiros, que correm risco de perder as certificações de orgânicos. Além disto, a decisão sobre a realização de estudos de impacto ambiental é determinada pela CTNBio, ferindo princípios que atribuem tal tarefa aos órgãos do SISNAMA. Conclui-se, deste modo, que a regulação de OGMs no Brasil não apresenta boas práticas de governança ambiental.

Biografia do Autor

Denise Gallo Pizella, Universidade de São Paulo

Centro de Recursos Hídricos e Ecologia Aplicada (Escola de Engenharia de São Carlos - USP)

Marcelo Pereira de Souza, Universidade de São Paulo

Professor Titular do Departamento de Educação, Informação e Comunicação (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP)

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Publicado

2012-06-23

Como Citar

Pizella, D. G., & Souza, M. P. de. (2012). Análise dos aspectos institucionais da regulação de OGMs no Brasil: boas práticas de governança ambiental?. Desenvolvimento E Meio Ambiente, 25. https://doi.org/10.5380/dma.v25i0.25495

Edição

Seção

Dossiê: Estado, Sociedade e Meio Ambiente