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“Conviver com a seca”: contribuição da Articulação do Semi-Árido/ASA para o desenvolvimento sustentável

Ghislaine Duque

Resumo


A região semi-árida do Brasil coloca imensos desafios para o desenvolvimento sustentável: as característicasedafo-climáticas, sem dúvida, mas, muito mais, a preponderância de uma política baseada, de umlado, nos princípios da revolução verde e no incentivo ao agronegócio, e, do outro, no assistencialismopara os pobres do campo. Contra o paradigma da “luta contra a seca”, concretizada pela construção degrandes reservatórios de água, sua distribuição por carro pipa – gerador de dependência – e seu uso parairrigação – causando danos ao meio ambiente, os agricultores familiares e suas entidades, organizadosna Articulação do Semi-Árido/ASA, reclamam-se do princípio da “convivência com a seca”. Resgatame divulgam experiências nascidas do saber popular, aprimoradas no diálogo com o saber científico, etransformam as mesmas em referências para propor ao poder público um modelo diferente de políticaspúblicas. Assim nasceu o Programa de Formação e Mobilização para Convivência no Semi-Árido:um Milhão de Cisternas Rurais (P1MC), seguido do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2). Asestratégias camponesas de diversificação das atividades, a constituição de reservas de água, forrageme sementes e os princípios da agroecologia estão na base do modelo de desenvolvimento proposto pelaASA. O processo metodológico desenvolvido suscita o protagonismo camponês e sua organização,garantias para a sustentabilidade do processo.

Palavras-chave


Articulação do Semi-Árido; protagonismo camponês; convivência com o semi-árido; Semi-Arid Articulation; farmer protagonism; coping with the semi-arid

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/dma.v17i0.13417