O colorismo em Alice Walker e a construção interseccional de feminilidades negras

Autores

  • Larissa da Silva Fontana Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5380/rel.v105i1.85299

Palavras-chave:

Colorismo, Interpelação Ideológica, Feminilidades Negras

Resumo

Esse artigo objetiva compreender a relação entre diferentes tonalidades de pele negra e distintos processos de racialização discursivizados no texto “If the present looks like the past, what does the future look like?” (1982) da autora negra estadunidense Alice Walker, apontado por textos produzidos nas mídias negras brasileiras como referência para a definição de colorismo como “a diferença de tratamento entre pessoas negras baseada unicamente na cor da pele”. Para tal fim, abordo as diferenças entre as organizações raciais brasileira e estadunidense na relação com o processo de interpelação ideológica e de produção discursiva. As análises da obra de Alice Walker apresentadas demonstram a impossibilidade de compreender o colorismo por uma perspectiva racial que desconsidere os atravessamentos de gênero, classe e sexualidade que constroem feminilidades e masculinidades negras em contextos de histórico colonialista, o que impôs a necessidade de adotar uma perspectiva interseccional de análise discursiva.

Biografia do Autor

Larissa da Silva Fontana, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo

Doutoranda em Linguística no Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas. Mestra em Linguística pela mesma instituição. Licenciada em Letras – Português/Inglês pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Desenvolvo pesquisa na área da Análise do Discurso Materialista (AD), investigando as diversas designações que envolvem o processo de racialização de mulheres negras brasileiras em diferentes momentos da história do Brasil, com o objetivo de explorar o conceito de "imagem de controle" de Patricia Hill Collins no campo teórico, metodológico e analítico da AD. Interesso-me também por pesquisas acerca da decolonização do conhecimento linguístico, da construção de masculinidades e feminilidades negras em contexto brasileiro e da prática da interseccionalidade gênero-raça-classe como base para análises discursivas, por meio de articulações teóricas entre o pensamento decolonial afrodiaspórico negro e o escopo teórico-analítico da AD. Atualmente, integro os grupos de pesquisa “Mulheres em Discurso: Lugares de enunciação e processos de subjetivação” (IEL/Unicamp) e “DTeR - Discurso e Tensões Raciais” (UESC). Além disso, construo a Rede de Pesquisadores NegreS de Estudos da Linguagem (REPENSE) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos e Pós-Graduandas (ANPG).

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Publicado

2023-03-18

Como Citar

da Silva Fontana, L. (2023). O colorismo em Alice Walker e a construção interseccional de feminilidades negras. Revista Letras, 105(1). https://doi.org/10.5380/rel.v105i1.85299

Edição

Seção

X SEAD: Luta de classes, gênero e raça