Metafísica e metamorfose n'A paixão segundo G.H.
DOI :
https://doi.org/10.5380/rel.v98i0.61567Mots-clés :
A paixão segundo G.H, metamorfose, metafísicaRésumé
O interesse desse artigo será o de situar uma série de aspectos da linguagem d’A paixão segundo G.H em relação à questão da “coisa”. Partirei da afinidade entre a problemática da metafísica em Kant e a da procura da coisa na obra de Clarice Lispector. A caracterização da escrita de Clarice como tendo uma preocupação de ordem metafísica, irei sugerir, pressupõe essa afinidade. No entanto, ela também se afasta decisivamente, como se verá. No romance A paixão segundo G.H em particular um ponto central de interesse é a conexão feita ali entre a questão da “coisa” com a da metamorfose. Por fim, dado esse percurso do artigo, iremos propor uma visão alternativa para uma observação muito comum na literatura crítica sobre Clarice Lispector: a de que seus romances seriam “desarticulados”.
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