Em favor do conteúdo semântico das raízes
DOI:
https://doi.org/10.5380/rel.v96i0.50921Palavras-chave:
Morfologia Distribuída, raízes, SemânticaResumo
O presente artigo tem como objetivo defender a presença de um conteúdo semântico conceitual nas raízes. São dois os argumentos presentes em Harley (2014) contra a individualização das raízes por meio da semântica na Lista 1: (i) a dificuldade de encontrar uma semântica comum em algumas palavras do hebraico formadas por uma mesma raiz e (ii) a existência de algumas raízes como, por exemplo, -ceive (de deceive e receive) e gred- (de regredir e progredir), que podem ser formalmente identificáveis, mas são aparentemente destituídas de significado fora de seu contexto morfossintático. Argumentamos que as conclusões de Harley se baseiam em pressupostos equivocados, uma vez que: (i) nem todas as palavras da língua hebraica são formadas por meio de raízes: há palavras formadas a partir de outras palavras, em que a identificação de uma raiz nos moldes do sistema tri-consonantal é impossível e, (ii) em relação às bases presas, a identidade formal não garante que se trate de fato da mesma raiz, pois a opção de reanálise não é considerada e, além disso, é possível identificar uma semântica comum para alguns subparadigmas. A partir dessa perspectiva, os exemplos de Harley deixam de servir como argumentos contra a presença de conteúdo semântico nas raízes na Lista 1.
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