Sobre categorias e fronteiras

Autores

  • Adelaide Hercília Pescatori Silva Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.5380/rel.v93i1.45889

Palavras-chave:

fonética, fronteiras, sistema complexo

Resumo

Este artigo toca num problema colocado por modelos teóricos que impõem fronteiras discretas sobre fatos relacionados à experiência humana ao tentarem explicar tais fatos. O artigo trata em especial da Fonética, disciplina da Linguística dedicada aos sons da fala, e parte do exemplo fornecido pelas “línguas assobiadas” para ilustrar um fato que se localiza entre duas categorias, como a fala e a música. Até agora, os assobios não eram considerados sons da fala e, portanto, eram excluídos do escopo do objeto de estudo da Fonética. Por outro lado, assobios podem ser combinados em cadeias dotadas de significado, em línguas como a da ilha de la Gomera. Portanto, há fortes evidências de que os assobios se comportem como sons da fala. O problema é que os modelos disponíveis não conseguem acomodar fatos como assobios, porque tais modelos assumem a existência de fronteiras estritas. Assim, o argumento neste trabalho é o de que assobios – considerando os exemplos aqui discutidos – podem ser melhor explicados num arcabouço teórico que assume a inexistência dessas fronteiras estritas. Este, aliás, é o ponto de partida de sistemas complexos. Assumir a fala como um sistema adaptativo complexo – como se propõe aqui – pode permitir que sons de fala “canônicos” e assobios tenham um tratamento unificado.

Biografia do Autor

Adelaide Hercília Pescatori Silva, Universidade Federal do Paraná

Professora do Departamento de Literatura e Linguística da Universidade Federal do Paraná, trabalha na área de fonética, com especial ênfase na caracterização acústica dos sons da fala, visando à discussão sobre a fronteira entre fonética e fonologia. Tem trânsito também pela fonologia e pela aquisição do sistema sonoro de línguas estrangeiras.

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Publicado

2016-07-20

Como Citar

Silva, A. H. P. (2016). Sobre categorias e fronteiras. Revista Letras, 93. https://doi.org/10.5380/rel.v93i1.45889

Edição

Seção

Dossiê: Por uma análise naturalista da narrativa - Mente, evolução, cognição e linguagem