O “DES”ENVOLVIMENTO PROVOCADO PELA EXPANSÃO DO CULTIVO DA BANANA NA COMUNIDADE QUILOMBOLA DE SERROTE
DOI:
https://doi.org/10.5380/ef.v0i22.73895Palavras-chave:
Monocultura, Crescimento econômico, Desenvolvimento libertadoResumo
O advento da fruticultura no Submédio São Francisco é seus expressivos resultados econômicos têm inspirado alguns grupos de campesinos praticantes da agricultura familiar a buscarem na atividade um aumento da renda familiar. Uma das culturas que vem ganhando espeço neste grupo social é a banana, principalmente devido seu baixo custo de implantação e da menor complexidade do trato agrícola, quando comparado com a cultura da manga e da uva. A comunidade Quilombola do Serrote vem experimentando uma expansão generalizada da monocultura da banana em seu território, com resultados econômicos auspicioso, mas que, não vem representando segurança alimentar e nutricional, muito menos conseguindo modificar o quadro de vulnerabilidade da comunidade. A melhoria da renda auferidos por parte do grupo, além de não representar um desenvolvimento libertador e ecologicamente sustentável, vem causando problemas socioambientais como a degradação de áreas irrigadas, a perca de capital social coletivo em decorrência da falta de equidade na evolução social do grupo, bem como, sua capacidade de envolver-se socialmente nas causas coletivas. Nesta perspectiva torna-se importante analisar até que ponto o crescimento econômico do corpo social em decorrência da expansão do cultivo da banana não tem se tornado um “des” envolvimento deste grupo tradicional.
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