Ascensão na carreira docente e diferenças de gênero
Abstract
Este artigo analisa diferenças entre mulheres e homens na ocupação da carreira
docente, área considerada feminina, mas cuja carreira demonstra diferenças de
gênero. Noções como a divisão sexual do trabalho de Helena Hirata e Danièle Kergoat (2007) e a existência do glass escalator de Christine Williams
(1992, 2013, 2015) em carreiras feminizadas levam ao questionamento sobre quais diferenciações estão presentes na área da educação. A partir de dados quantitativos e entrevistas realizadas com diretoras e diretores, analisamos as diferenças de gênero na ascensão na carreira docente. Os resultados da pesquisa revelam a presença de vantagens para homens na carreira, sejam no que se refere à primeira experiência vivenciada na gestão escolar – idade mais jovem e menor tempo de manejo de sala de aula –, sejam relacionadas aos tipos de incentivo recebidos e à forma de provimento do primeiro cargo na gestão escolar. O provimento por concurso público possibilita uma aparente igualdade entre mulheres e homens no que se refere à idade de ingresso nos cargos de especialistas, embora não garanta uma igualdade na distribuição de mulheres e homens entre os diversos cargos. Os homens estão percentualmente mais presentes em cargos relacionados mais especificamente à face administrativa da gestão – vice-direção, direção e supervisão – do que naqueles dedicados mais diretamente à face pedagógica – orientação e coordenação pedagógica –, o que evidencia uma relação entre gênero e escolha na ascensão na carreira docente.
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