GÊNERO E PODER: CATEGORIAS ÚTEIS NA ANÁLISE HISTÓRICA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA
DOI:
https://doi.org/10.5380/diver.v1i1.34041Resumo
O presente estudo apresenta novas formas de análise histórica de discursos científicos e tecnológicos surgidos na modernidade baseados na categoria de gênero. A historiadora Joan Scott evidenciou a emergência acadêmica de um novo campo de conhecimento: os Estudos de Gênero. Mais do que mero reflexo da ideologia decorrente da luta de classes, a categoria de gênero permeia as relações sociais humanas dando um sentido mais amplo à organização e à
percepção do conhecimento histórico, concretizando a construção de diferenças sexuais como matéria-prima para a construção da própria lógica do poder. Tais estudos evidenciaram a construção simbólica da diferença entre os sexos, assim como suas conseqüências, decorrentes de disputas sociais e políticas que surgem ao longo dos processos históricos. As idéias de Michel Foucault contribuem para estas reflexões quando permitem perceber toda a
complexidade social das diversas manifestações do poder através do saber científico e das disputas políticas em torno da sexualidade humana. Sobre a experiência feminina moderna atrelada ao discurso biológico da maternidade, Elisabeth Badinter expõe a existência de uma construção ideológico-cultural em torno do amor materno. Ao ampliarmos a crítica de gênero sobre a maternidade e suas conseqüências sociais buscamos compreender a emergência de uma tecnologia de normatização e disciplinarização dos indivíduos como um mecanismo de poder legitimado pela ciência que aglutina, simultaneamente, uma ampliação do controle
estatal sobre o crescimento populacional e a organização racional do trabalho.
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