Open Journal Systems

Cost Drivers Estruturais e os Custos Em Uma Universidade Federal Brasileira

Shaiane Pisa Kistner, Valdirene Gasparetto, Altair Borgert

Resumo


O objetivo deste estudo é verificar a relação entre cost drivers estruturais e os custos, representados por custos com pessoal, encargos e benefícios sociais, e pelo custo médio por aluno, em uma universidade federal brasileira. Foi realizada uma pesquisa descritiva e quantitativa com base em dados do período de 2000 a 2019, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), cujos resultados permitiram concluir que o número de docentes inativos é o cost driver estrutural de maior relação com os custos com pessoal, encargos e benefícios sociais; o número de alunos da educação básica é o cost driver estrutural de maior relação com o custo médio por aluno da educação básica; e o número de alunos da pós-graduação por professor é o cost driver estrutural de maior relação com o custo médio por aluno da pós-graduação. As contribuições do estudo estão relacionadas com o suprimento da lacuna existente na literatura sobre as escolhas estratégicas baseadas na estrutura econômica da organização, representadas pelos cost drivers estruturais, em instituições de ensino superior federais brasileiras, além de fornecer explicações à comunidade sobre os custos nessas instituições a partir deste caso, e permitir aos gestores universitários a compreensão das ações que podem estar ligadas ao aumento ou diminuição dos custos da universidade.


Palavras-chave


Cost drivers estruturais; Custos; Universidades federais brasileiras.

Texto completo:

PDF |103-121|

Referências


Abelino, J., Borgert, A., & Engelage, E. (2020). Efeitos da aplicação de recursos públicos nos indicadores de educação em universidades federais brasileiras. Anais do USP International Conference in Accounting, São Paulo, SP, Brasil, XX.

Agnol, R. M. D. (2004, outubro). A contabilidade por atividades como ferramenta estratégica para a gestão universitária. Anais do Congresso Brasileiro de Custos, Porto Seguro, BA, Brasil, 11.

Anderson, M., Asdemir, O., & Tripathy, A. (2013). Use of precedent and antecedent information in strategic cost management. Journal of Business Research, 66(5), 643-650. doi:10.1016/j.jbusres.2012.08.021

Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior. (2021). Orçamento previsto para 2021 pode inviabilizar universidades e parar pesquisas, diz Andifes. https://www.andifes.org.br/?p=87511

Bjornenak, T. (2000). Understanding cost differences in the public sector: a cost drivers approach. Management Accounting Research, 11(2), 193-211. doi:10.1006/mare.2000.0128

Blocher, E. J., Stout, D. E., & Cokins, G. (2010). Cost management: A strategic emphasis (5a ed). McGraw-Hill.

Boaventura, F. A. A., Moreira, N. P., & Gonçalves, A. R. A. (2019, novembro). Análise dos fatores associados ao custo por aluno das universidades federais brasileiras que aderiram ao REUNI. Anais do Congresso Brasileiro de Custos, Curitiba, PR, Brasil, 26.

Borgert, E. A., & Gasparetto, V. (2019). Fatores que influenciam os custos, na abordagem da gestão estratégica de custos: Análise empírica em centros de saúde municipais. Cuadernos de Contabilidad, 20(49). doi:10.11144/Javeriana.cc20-49.fica

Camacho, N. A. P. (1993). O Custo do aluno universitário: Subsídios para uma sistemática de avaliação na UNICAMP. (1a ed). Campinas: Editora da Unicamp.

Chiau, A. V., & Panucci Filho, L. (2014). Custos nas instituições federais de ensino superior: Análise comparativa entre duas Universidades Federais do Sul do Brasil. REICE. Revista Iberoamericana sobre Calidad, Eficacia y Cambio en Educación, 12(1), 55-71. Recuperado em 4 de agosto, 2021, de https://revistas.uam.es/reice/article/view/2864

Cohn, E., Rhine, S. L. W., & Santos, M. C. (1989). Institutions of higher education as multi-product firms: Economies of scale and scope. The Review of Economics and Statistics, 71(2), 284–290. doi:10.2307/1926974

Cruz, H. N., Diaz, M. D. M., & Luque, C. A. (2004). Metodologia de avaliação de custos nas universidades públicas: economias de escala e de escopo. Revista Brasileira de Economia, 58(1), 46-66. doi:10.1590/S0034-71402004000100003

Dieng, M., Araujo, A., Diniz, J., Diniz, M., & Santos, D. (2006). Gestão estratégica de custos aplicada à atividade hoteleira: Um estudo empírico nos hotéis de médio e grande porte da grande Recife. Anais do Congresso USP de Controladoria e Contabilidade, São Paulo, SP, Brasil.

Figueiredo Filho, D. B., & Silva Júnior, J. A. (2009). Desvendando os mistérios do coeficiente de correlação de Pearson (r). Revista Política Hoje, 18(1). Recuperado em 12 de agosto, 2021, de https://periodicos.ufpe.br/revistas/politicahoje/article/viewFile/3852/3156

Glass, J. C., McKillop, D. G., & Hyndman, N. (1995). Efficiency in the provision of university teaching and research: An empirical analysis of UK universities. Journal of Applied Econometrics, 10(1), 61–72. doi:10.1002/jae.3950100106

Groot, H., McMahon, W. W., & Volkwein, J. F. (1991). The cost structure of American research universities. The Review of Economics and Statistics, 73(3), 424–431. doi:10.2307/2109566

Hsu, S., & Qu, S. (2012). Strategic cost management and institutional changes in hospitals. European Accounting Review, 21(3), 499-453. doi:10.1080/09638180.2012.658152

Kuo, J. S., & Ho, Y. C. (2008). The cost efficiency impact of the university operation fund on public universities in Taiwan. Economics of Education Review, 27(5), 603-612. doi:10.1016/j.econedurev.2007.06.003

Johnes, G. (1997). Costs and industrial structures in contemporary british higher education. The Economic Journal, 107(442), 727–737. Recuperado em 15 de julho, 2021, em https://www.jstor.org/stable/2957797

Koshal, R. K., Koshal, M., & Gupta, A. (2001). Multi-product total cost function for higher education: A case of Bible colleges. Economics of Education Review, 20(3), 297–303. Recuperado em 4 de agosto, 2021, em http://directory.umm.ac.id/Data%20Elmu/jurnal/E/Economics%20of%20Education%20Review/Vol20.Issue3.2001/399.pdf

Lauschner, M. A., & Beuren, I. M. (2004). Gestão estratégica de custos. Contabilidade Vista & Revista, 15(2), 53-84. Recuperado em 12 de agosto, 2021, em https://revistas.face.ufmg.br/index.php/contabilidadevistaerevista/article/view/257

Lei Complementar nº 101. (2000, 04 maio). Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. Presidência da República. Brasil.

Lei nº 12.772. (2012, 28 dezembro). Dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreiras e Cargos de Magistério Federal; [...] e dá outras providências. Presidência da República. Brasil.

Lord, B. R. (1996). Strategic management accounting: the emperor's new clothes? Management Accounting Research, 7(3), 347-366. doi:10.1006/mare.1996.0020

Magalhães, E. A., Silveira, S. F. R., Abrantes, L. A., Ferreira, M. A. M., & Wakim, V. R. (2010). Custo do ensino de graduação em instituições federais de ensino superior: o caso da Universidade Federal de Viçosa. Revista de Administração Pública, 44(3), 637-666. Recuperado em 12 de agosto, 2021, em https://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/6940

Magheed, B. A. (2016). The determines of the sticky cost behavior in the Jordanian industrial companies listed in Amman Stock Market. Journal of Accounting, Business & Management, 23(1), 64-81. Recuperado em 5 de agosto, 2021, em http://journal.stie-mce.ac.id/index.php/jabminternational/article/view/100

Martins, E. (2010). Contabilidade de custos. (10. ed). Curitiba: Atlas.

Martins, V. I., Borgert, A., & Engelage, E. (2021). A pós-graduação e sua relação com o custo das universidades federais brasileiras. Anais do Congresso UFSC de Controladoria e Finanças, Florianópolis, SC, Brasil, 11.

Morgan, B. F. (2004). A determinação do custo do ensino na educação superior: O caso da universidade de Brasília. Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil.

Morse, W. J., Davis, J. R., & Hartgraves, A. L. (2002). Management accounting: A strategic approach. California: South-Western College.

Porter, M. E. (1985). Competitive advantage: Creating and sustaining superior performance. New York: The Free Press.

Reestruturação e Expansão das Universidades Federais. (2010). O que é o REUNI. Recuperado em 04 de maio, 2022, em https://reuni.mec.gov.br/o-que-e-o-reuni

Robst, J. (2001). Cost efficiency in public higher education institutions. The Journal of higher education, 72(6), 730-750. doi:10.1080/00221546.2001.11777123

Shank, J. K., & Govindarajan, V. (1997). A revolução dos custos: Como reinventar e redefinir sua estratégia de custos para vencer em mercados crescentemente competitivos (2a ed.). (L. O. Lemos, Trad.). Rio de Janeiro: Campus. (Obra original publicada em 1993).

Silva, C. A. T., Morgan, B. F., & Costa, P. S. (2004). Desenvolvimento e aplicação de uma metodologia para cálculo do custo aluno de instituições públicas de ensino superior: Um estudo de caso. Revista de Administração Pública, 38(2), 243-260. Recuperado em 15 de julho, 2021, em http://www.spell.org.br/documentos/ver/12225/desenvolvimento-e-aplicacao-de-uma-metodologia-para-calculo-do-custo-aluno-de-instituicoes-publicas-de-ensino-superior--um-estudo-de-caso

Silva, C. L. (1999). Gestão estratégica de custos: O custo meta na cadeia de valor. Revista da FAE, 2(2), 17-26. Recuperado em 16 de agosto, 2021, em https://revistafae.fae.edu/revistafae/article/view/516

Silva, C. O. da. (2014). Programa REUNI: Ampliação do acesso ao ensino superior? Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil.

Silva, E. R. S., Gonçalves, V. M., Cruz, D. B, & Reis, B. M. C. (2019, novembro). Gestão dos custos universitários: uma abordagem do Custeio Baseado em Atividades. Anais do Congresso Brasileiro de Custos, Curitiba, PR, Brasil, 26.

Sindicato dos Professores da Universidade Federal de Santa Catarina. (2021, 14 maio). Liberação de recursos para a UFSC não resolve problema da universidade. https://www.apufsc.org.br/2021/05/14/liberacao-de-recursos-para-a-ufsc-nao-resolve-problema-da-universidade/?fbclid=IwAR0Q3xOE4_2OGpN2QEc4cNsmbCEn BpOFrFlJIfLuV9s32RftfDlQL6pG-0s

Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento. (2021). Painel do Orçamento Federal. https://www.siop.planejamento.gov.br/modulo/login/index.html#/

Sharman, R. (1989). Resource planning of non-academic units within higher education institutions. Journal of Tertiary Education Administration, 11(1), 19-36. doi:10.1080/0157603890110102

Times Higher Education. (2021). World University Rankings 2021. https://www.timeshighereducation.com/world-university-rankings/2021/world-ranking#!/page/0/length/25/locations/BR/sort_by/rank/sort_order/asc/cols/stats

Toledo, L. F. (2017). Orçamento das universidades federais do país cai R$ 3,4 bilhões em três anos. Estadão - Estado de São Paulo. https://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,orcamento-das-universidades-federais-do-pais-cai-r-3-4-bilhoes-em-tres-anos,70001957732.

Trento, D. (2020). Comportamento dos custos em universidades federais brasileiras: uma análise com base em variáveis de educação. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil.

Trento, D., Borgert, A., & Engelage, E. (2021). Comportamento dos custos em universidades federais brasileiras. Anais do Congreso Internacional de Costos, Sevilha, Espanha, XVII.

Tribunal de Contas da União. (2002). Decisão Plenária nº 408, de 24 de abril de 2002. https: //portal.unila.edu.br/reitoria/ciri/documentos/decisao-no-408-2002-tcu-plenario.pdf

Universidade Federal de Santa Catarina. (2021). https://www.ufsc.br/

Wrubel, F., Diehl, C. A., Toigo, L. A., & Ott, E. (2011). Uma proposta para validação de categorias sobre Gestão Estratégica de Custos. RBGN: Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 13(40), 332-348. doi:10.7819/rbgn.v13i40.770

Zaman, M., & Elsayed, M. (2011). Perception of activity based costing in Australian universities. Corporate Board: Role, Duties and Composition, 7(2), 64-78. doi:10.22495/cbv7i2art5




DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rcc.v14i3.84372