Gestão coletiva para a conservação de ambientes de montanha
lições do turismo na travessia Marins-Itaguaré, Serra da Mantiqueira, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v66i.98761Palavras-chave:
atributos da comunidade, ação coletiva, arena de ação, governança, atividades de montanhismoResumo
A ação coletiva envolve a colaboração entre diversos atores para alcançar benefícios compartilhados. Identificar os atributos que promovem a ação coletiva para a conservação ambiental é um desafio na pesquisa de sustentabilidade. Este artigo utiliza uma triangulação metodológica entre observação participante, análise documental e entrevistas semiestruturadas para caracterizar o desenvolvimento da ação coletiva e dos arranjos institucionais que promovem a conservação em ambientes de montanha na Serra da Mantiqueira/Brasil. Os resultados indicam que a ação coletiva derivada de atividades de montanhismo chama à atenção para a necessidade de conservação, apoiando-se em elementos formais da arena e na atuação de atores hábeis, contribuindo para uma gestão bottom-up. O estudo também revela a fragilidade da governança, que se desfaz na ausência de atores hábeis ou quando a estrutura formal se desarticula, destacando o papel desses elementos-chave para fortalecer o processo de ação coletiva.
Referências
Bardin, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
Bramwell, B. Governance, the state and sustainable tourism: a political economy approach. Journal of Sustainable Tourism, 19(4-5), 459-477, 2011. https://doi.org/10.1080/09669582.2011.576765
Brasil. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225 § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Brasília: DOU de 19/07/2000.
Bridle, K. L.; Kirkpatrick, J. B. Impacts of nutrient additions and digging for human waste disposal in natural environments, Tasmania, Australia. Journal of Environmental Management, 69(3), 299-306, 2003. https://doi.org/10.1016/j.jenvman.2003.09.011
Chamberlin, S. “To ensure permanency”: Expanding and protecting hiking opportunities in the twentieth-century Pennsylvania. Pennsylvania History: A Journal of mid-atlantic studies, 77(2), 193-216, 2010. https://doi.org/10.1353/pnh.0.0024
CONAPAM – Conselho Consultivo da APA Serra da Mantiqueira. Relato de Ações do Grupo de Voluntariado da APASM no Âmbito da Câmara Temática de Montanhas (CT-Montanhas) do CONAPAM, 2019a. Disponível em: http://blogconapam.blogspot.com/2019/08/relato-de-acoes-do-grupo-de.html. Acesso em: nov. 2024.
CONAPAM – Conselho Consultivo da APA Serra da Mantiqueira. Monitoramento e Manutenção de Trilhas da APA da Serra da Mantiqueira, 2019b. Disponível em: http://blogconapam.blogspot.com/2019/08/texto-de-mantiqueira-bem-e-analistas-da.html. Acesso em: nov. 2024.
CONAPAM – Conselho Consultivo da APA Serra da Mantiqueira. Ações de Voluntariado no Manejo de Trilhas no Pico do Itaguaré, 2019c. Disponível em: http://blogconapam.blogspot.com/2019/12/acoes-de-voluntariado-no-manejo-de.html. Acesso em: nov. 2024.
CONAPAM – Conselho Consultivo da APA Serra da Mantiqueira. II Reunião Ordinária do Conselho Consultivo da Área de Proteção Ambiental da Serra da Mantiqueira Resumo da Reunião, com encaminhamentos. 64ª Ata de Reunião Ordinária, online, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/biodiversidade/unidade-de-conservacao/unidades-de-biomas/mata-atlantica/lista-de-ucs/apa-da-serra-da-mantiqueira/Atas2020.pdf. Acesso em: nov. 2024.
CONAPAM – Conselho Consultivo da APA Serra da Mantiqueira. IV Reunião Ordinária do Conselho Consultivo da Área de Proteção Ambiental da Serra da Mantiqueira de 2021: Resumo da Reunião, com encaminhamentos. 69ª Ata de Reunião Ordinária, online, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/biodiversidade/unidade-de-conservacao/unidades-de-biomas/mata-atlantica/lista-de-ucs/apa-da-serra-da-mantiqueira/Atas2021.pdf. Acesso em: nov. 2024.
CONAPAM – Conselho Consultivo da APA Serra da Mantiqueira. I Reunião Ordinária do Conselho Consultivo da Área de Proteção Ambiental da Serra da Mantiqueira de 2023: Resumo da Reunião, com encaminhamentos. 74ª Ata de Reunião Ordinária, Pindamonhangaba/SP, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/biodiversidade/unidade-de-conservacao/unidades-de-biomas/mata-atlantica/lista-de-ucs/apa-da-serra-da-mantiqueira/Atas20232compactado.pdf. Acesso em: nov. 2024.
Creswell, J. W. Qualitative inquiry & research design: choosing among five approaches. Thousand Oaks: Sage Publications Inc, 2007.
Dardot, P.; Laval, C. Comum: ensaio sobre a revolução no século XXI. Tradução: Mariana Echalar. São Paulo: Boitempo, 2017.
Denzin, N. K. The Research Act: a theoretical introduction to sociological methods. New York: McGraw-Hill Book Company, 1978.
Dynowski, P.; Senetra, A.; Zróbek-Sokolnik, A.; Kozlowski, J. The impact of recreational activities on aquatic vegetation in Alpine Lakes. Water, 11(1), 173, 2019. https://doi.org/10.3390/w11010173
Fligstein, N. Social skill and the theory of fields. Sociological Theory, 19(2), 105-125, 2001. https://doi.org/10.1111/0735-2751.00132
Gil, A. C. (Org.). Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 6. ed., 2008.
Goldberg, J.; Birtles, A.; Marshall, N.; Curnock, M.; Case, P.; Beeden, R. The role of Great Barrier Reef tourism operators in addressing climate change through strategic communication and direct action. Journal of Sustainable Tourism, 26(2), 238-256, 2017. https://doi.org/10.1080/09669582.2017.1343339
Healy, R. G. The commons problem and Canada’s Niagara Falls. Annals of Tourism Research, 33(2), 525-544, 2006. https://doi.org/10.1016/j.annals.2006.01.003
Hofman, K.; Hughes, K.; Walters, G. Effective conservation behaviours for protecting marine environments: the views of the experts. Journal of Sustainable Tourism, 28(10), 1460-1478, 2020. https://doi.org/10.1080/09669582.2020.1741597
Hoyem, J. Outdoor recreation and environmentally responsible behavior. Journal of Outdoor Recreation and Tourism, 31, 100317, 2020. https://doi.org/10.1016/j.jort.2020.100317
Hwang, D.; Stewart, W. P. Social capital and collective action in rural tourism. Journal of Travel Research, 56(1), 81-93, 2016. https://doi.org/10.1177/0047287515625128
ICMBio – Instituto Chico Mendes de conservação da Biodiversidade. Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Serra da Mantiqueira. Brasília: ICMBio, 2018. Disponível em: https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/biodiversidade/unidade-de-conservacao/unidades-de-biomas/mata-atlantica/lista-de-ucs/apa-da-serra-da-mantiqueira/plano-de-manejo-da-apa-da-serra-da-mantiqueira. Acesso em: nov. 2024.
Khirfan, L.; Peck, M.; Mohtat, N. Systematic content analysis: a combined method to analyze the literature on the daylighting (de-culverting) of urban streams. MethodsX, 7, 2020. https://doi.org/10.1016/j.mex.2020.100984
Latip, N. A; Jaafar, M.; Marzuki, A.; Roufechaei, K. M.; Umar, M. U.; Karim, R. The impact of tourism activities on the environment of Mount Kinabalu, UNESCO World
Heritage Site. Journal of the Malaysian Institute of Planners, 18(4), 399-413, 2020. https://doi.org/10.21837/pm.v18i14.841
Mbaiwa, J. E.; Stronza, A. L. Changes in resident attitudes towards tourism development and conservation in the Okavango Delta, Botswana. Journal of Environmental Management, 92(8), 1950-1959, 2011. https://doi.org/10.1016/j.jenvman.2011.03.009
MMA – Ministério do Meio Ambiente. Portaria Nº 351, de 11 de dezembro de 2006. Institui o Mosaico Mantiqueira. Brasília: DOU de 12/12/2006. Disponível em: https://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=71&data=12/12/2006. Acesso em: nov. 2024.
Newing, H. Conducting research in conservation: a social science perspective. New York: Routledge, 2011.
OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Providing Agri-Environmental public goods through collective action. Paris: OECD Publishing, 2013. https://doi.org/10.1787/9789264197213-en
Oliveira, C. E.; Pavanelli, J. M. M.; Igari, A. T. Governança de bens comuns e o turismo no Monte Everest: uma análise a partir da perspectiva do Institutional Analysis and Development Framework. Turismo e Sociedade, 14(3), 141-164, 2021. https://doi.org/10.5380/ts.v14i3.80965
Oliveira, C. E.; Canadas, M. J. R. P.; Igari, A. T. Nature and people: identifying the impacts of mountaineering activities across different social-ecological settings and approaches. Journal of Ecotourism, 1-21, 2024. https://doi.org/10.1080/14724049.2024.2435290
Olson, M. The logic of collective action. Harvard University Press, 1965.
Ostrom, E. Governing the commons: the evolution of institutions for collective action. Cambridge University Press, 1990.
Ostrom, E. Understanding institutional diversity. Princeton University Press, 2005.
Ostrom, E. Doing institutional analysis: digging deeper than markets and hierarchies. In: Ménard, C. (Ed.).; Shirley, M. M. Handbook of new institutional economics. Boston: Springer, 2008. p. 819–848.
Ostrom, E.; Burger, J.; Field, C. B.; Norgaard, R. B; Policansky, D. Revisiting the commons: local lessons, global challenges. Science, 284(5412), 278-282, 1999. https://doi.org/10.1126/science.284.5412.278.
Partelow, S.; Nelson, K. Social networks, collective action and the evolution of governance for sustainable tourism on the Gili Islands, Indonesia. Marine Policy, 112, 2020. https://doi.org/10.1016/j.marpol.2018.08.004
Pavanelli, J. M. M.; Oliveira, C. E.; Igari, A. T. O desafio das mudanças institucionais na economia ecológica: Um framework a partir do IAD aplicado ao setor de energia elétrica no Brasil. Revista Iberoamericana de Economía Ecológica, 35(1), 36-55, 2022. Disponível em: https://redibec.org/ojs/index.php/revibec/article/view/vol35-1-3.
Pavanelli, J. M. M. et al. An institutional framework for energy transitions: Lessons from the Nigerian electricity industry history. Energy Research & Social Science, 97, 2023. https://doi.org/10.1016/j.erss.2023.102994
Pickering, C. M.; Barros, A. Using functional traits to assess the resistance of subalpine grassland to trampling by mountain biking and hiking. Journal of Environmental Management, 164(1), 129-136, 2015. https://doi.org/10.1016/j.jenvman.2015.07.003
Puri, R. K. Participant observation. In: Newing, H. Conducting research in conservation: a social science perspective. New York: Routledge, 2011. p. 85-97.
Sacareau, I. Changes in environmental policy and mountain tourism in Nepal. Journal of Alpine Research, 97(3), 1-11, 2009. https://doi.org/10.4000/rga.1031
Schmidt, C. M.; Cielo, I. D.; Wenningkamp, K. R.; Tomio, M. Collective actions in sustainable rural tourism: a case study of the Western Region of Paraná. System Research and Behavioral Science, 33, 249-258, 2016. https://doi.org/10.1002/sres.2380
SEMIL – Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística. Guia de áreas protegidas: MONA Mantiqueira Paulista, 2024. Disponível em: https://guiadeareasprotegidas.sp.gov.br/ap/monumento-natural-estadual-da-mantiqueira-paulista/. Acesso em: nov. 2024.
Triviños, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação – O positivismo, a fenomenologia, o marxismo. São Paulo: Atlas, 1987.
Trochim, W. M. K. The research methods knowledge base, 2022. Disponível em: http://www.socialresearchmethods.net/kb/. Acesso em: nov. 2024.
Veal, A. J. Metodologia de pesquisa em lazer e turismo. Tradução: Gleice Guerra, Mariana Aldrigui. São Paulo: Aleph, 2011.
Villamayor-Tomas, S.; Thiel, A.; Amblard, L.; Zikos, D.; Blanco, E. Diagnosing the role of the state for local collective action: Types of action situations and policy instruments. Environmental Science and Policy, 97, 44-57, 2019. https://doi.org/10.1016/j.envsci.2019.03.009
Wikiloc. Marins Itaguaré. Disponível em: https://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?pic=trilhas-trekking&slug=marins-itaguare&id=12138685&rd=pt. Acesso em: nov. 2024.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Camila Espezio Oliveira, Maria João Prudêncio Rafael Canadas, Alexandre Toshiro Igari

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os Direitos Autorais sobre trabalhos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. O conteúdo dos trabalhos publicados é de inteira responsabilidade dos autores. A DMA é um periódico de acesso aberto (open access), e adota a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Não Adaptada (CC-BY), desde janeiro de 2023. Portanto, ao serem publicados por esta Revista, os artigos são de livre uso para compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial) e adaptar (remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial). É preciso dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas.
Os conteúdos publicados pela DMA do v. 53 de 2020 ao v. 60 de 2022 são protegidos pela licença Creative Commons Atribuição – Não Comercial – Sem Derivações 4.0 Internacional.
A DMA é uma revista de acesso aberto desde a sua criação, entretanto, do v.1 de 2000 ao v. 52 de 2019, o periódico não adotava uma licença Creative Commons e, portanto, o tipo de licença não é indicado na página inicial dos artigos.

