“Nossa luta não é [somente] por terra, é por território”

uma proposta sobre as áreas protegidas a partir da ecologia política

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/dma.v66i.94965

Palavras-chave:

sociobiodiversidade, povos e comunidades tradicionais, SNUC, conflitos territoriais, socioambientalismo

Resumo

A criação de territórios dedicados à proteção da biodiversidade, usualmente, acarreta conflitos fundiários e territoriais com grupos sociais historicamente marginalizados, pois não apenas subestima seus modos de vida, como também impõe processos de espoliação. Este trabalho tem como objetivos refletir sobre a criação de áreas protegidas brasileiras, a partir das implicações e consequências das noções de natureza no Sistema Nacional de Unidades de Conservação e propor um novo arcabouço territorial que congregue, simultaneamente, a proteção da natureza, a regularização fundiária, a autonomia e a governança dos povos e comunidades tradicionais, bem como a democratização do acesso aos recursos naturais, numa abordagem crítica que ultrapasse a questão da manutenção da biodiversidade em si. Foram revisitadas legislações e normativas jurídicas, bem como a literatura acadêmica sobre o tema para elaboração das análises apresentadas. Na primeira parte, o texto traça um panorama histórico das correntes conservacionistas até o socioambientalismo brasileiro. Na sequência, debate os efeitos territoriais da aplicação da lei 9.985/2000 e suas concepções de natureza. Posteriormente é elaborada uma reflexão, a partir da ecologia política, sobre a conservação da natureza e a necessidade de incorporar aspectos culturais nas políticas públicas ambientais. Com caráter propositivo, apresentam-se os argumentos para a criação de uma nova categoria de área protegida: os territórios (dos povos e comunidades) tradicionais. Conclui-se que a conservação ambiental no Brasil do século XXI deve abdicar da dicotomia natureza-cultura para incorporar a concepção de uma sociobiodiversidade.

Biografia do Autor

Guilherme Hissa Villas Boas, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Departamento de Geografia. Instituto de Geociências

Thiago Wentzel de Melo Vieira, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

É Geógrafo pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e Biólogo pela Faculdade Integrada Maria Thereza (FAMATH). Tem especialização em Gestão Ambiental pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestre em Ciências Ambientais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPG-CIAC/UFRJ). Mestre em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGG/UFRJ). É Doutor em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGG/UFRJ).

Victor Andres Niklitschek Urzua, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Bacharel e Licenciado em Geografia pela UERJ, mestre em Planejamento Urbano e Regional pelo IPPUR/UFRJ e doutor em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade pelo CPDA/UFRRJ.

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Publicado

2025-09-26

Como Citar

Villas Boas, G. H., Vieira, T. W. de M., & Urzua, V. A. N. (2025). “Nossa luta não é [somente] por terra, é por território”: uma proposta sobre as áreas protegidas a partir da ecologia política. Desenvolvimento E Meio Ambiente, 66, 266–286. https://doi.org/10.5380/dma.v66i.94965

Edição

Seção

Ensaios