Perfis de extensionistas vinculados à agroecologia em Santiago del Estero, Argentina
Resumo
A agroecologia engloba várias perspectivas e trajetórias – situadas de acordo com as características sociais, culturais e ecológicas particulares de cada região –. O objetivo deste trabalho foi abordar a hermenêutica dos extensionistas vinculados à Agroecologia em Santiago del Estero entre 2016 e 2017 com o propósito de contribuir para a reflexão da prática e da formação em agroecologia. Realizamos uma pesquisa qualitativa exploratória a partir de uma abordagem interpretativa crítica por meio de entrevistas semiestruturadas. Baseamos nossa análise em questões propostas pela hermenêutica. Assim, reconstruímos: O que existe? O que está sendo investigado? Como os problemas são transformados? O que é conhecido? Como o conhecimento é (re)construído? O que é considerado evidência? Como o conhecimento é avaliado? Por meio dessas perguntas, reconhecemos coerências, lacunas e desacoplamentos entre discursos e práticas. Essas contradições estão mais associadas a práticas institucionalizadas, envolvendo tensões entre indivíduo, coletivo e instituição. A equipe de extensão mostrou uma grande diversidade de perspectivas e práticas que classificamos em três perfis de extensão ligados à agroecologia em Santiago del Estero: “Transferencista”, “Mediador” e “Emancipador”. O perfil "transferencista" é o que associamos ao maior número de contradições e dificuldades sentidas. O perfil "emancipatório" está vinculado a uma perspectiva complexa e multidimensional, baseada em perspectivas construtivistas de conhecimento definido, utopias explícitas e pluralismo epistemológico a partir de um diálogo intersubjetivo para o fortalecimento da rede e da identidade coletiva. Além disso, identificamos a necessidade de reconhecer a historicidade da agroecologia ligada à extensão rural e à educação popular dentro do guarda-chuva do pensamento ambiental latino-americano. Esses resultados são úteis para a reflexão individual e coletiva da equipe de extensão – e de outras pessoas – e como referência para pensar em possíveis mudanças.
Palavras-chave
DOI: http://dx.doi.org/10.5380/dma.v63i0.89753