Valores culturais da natureza: desatando nós e criando laços na implementação de políticas de conservação
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v63i0.89662Palavras-chave:
conservação da natureza, patrimônio cultural, patrimônio natural, áreas protegidas, significância cultural e espiritual da natureza.Resumo
Para muitos grupos sociais, a natureza está associada não apenas a aspectos utilitários e econômicos, mas também a elementos da sua história, memória e identidade, envolvendo saberes e práticas que conformam ligações culturais materiais e imateriais ainda pouco compreendidas nas estratégias de conservação. Nas últimas décadas, essa temática vem ganhando visibilidade em debates globais, inspirando a perspectiva de aliança com a sociedade como uma premissa para promover a conservação da natureza, valorizando aspectos positivos dessa interação. No Brasil, essas questões ainda se traduzem em conflitos entre os esforços governamentais de proteção da natureza e as necessidades e direitos de populações locais. Um ideário de natureza desumanizada e desencantada de seus significados simbólicos contribui para que vínculos identitários e culturais com as áreas naturais continuem invisibilizados. Diante disso, o objetivo desse artigo é conectar políticas de conservação brasileiras ao debate global sobre valores culturais da natureza e apresentar uma proposta de conceito e descrição de categorias adaptada à realidade nacional. A análise é fundamentada em revisão bibliográfica, documental e de normativas que subsidiam a temática, bem como em debates resultantes de cursos e eventos promovidos no Brasil, entre 2019 e início de 2023. Considerando a complexidade e riqueza socioambiental do país e a setorização de suas políticas públicas, destacam-se alguns desafios para que esses valores sejam integrados nas estratégias de conservação. Dentre eles, a necessidade de capacitar gestores públicos para trabalhar com o tema; promover estudos em áreas de interesse para conservação; e adequar as orientações internacionais a diferentes contextos, a partir de iniciativas interdisciplinares e intersetoriais que promovam o diálogo de saberes. A integração desse tema na gestão pública pode ajudar a desatar nós e criar laços com diferentes grupos sociais em prol da conservação da natureza, fortalecendo o protagonismo de comunidades locais nesse processo.
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