A normalização da precariedade: uma etnografia do espaço da energia e da vida em risco em Vila Nova Esperança (São Paulo, Brasil)
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v60i0.85630Palavras-chave:
risco, energia, desastres, periferia, São PauloResumo
O objetivo da pesquisa é investigar as interseções entre as configurações espaciais do risco de desastres e seus desdobramentos políticos, sociais e culturais. O artigo apresenta os resultados da primeira fase da pesquisa de campo, realizada entre setembro de 2021 e março de 2022 em Vila Nova Esperança, comunidade de baixa renda na periferia oeste de São Paulo. A pesquisa originou-se a partir da análise etnográfica do espaço, relativa ao acesso à infraestrutura e aos serviços energéticos, definidos como objeto de estudo através da noção de espaço da energia, trazida pela obra de Setha Low sobre etnografia do espaço e da cultura. A precariedade encontrada no espaço da energia amplia-se a outras dimensões do espaço habitado e suas relações sociais, abrangendo outras precariedades relacionadas ao risco de desastres e aos impactos das mudanças climáticas. O que emerge do levantamento das histórias das pessoas e do lugar é o caráter permanente e intertemporal da precariedade que, apesar das conquistas da comunidade, dos moradores e das moradoras, se apresenta como um fato político. Os resultados combinam a análise realizada com dados sobre a urbanização na periferia de São Paulo, no qual o trabalho etnográfico centrado no espaço e nas configurações espaciais do acesso à energia é integrado pelas narrativas dos e das integrantes da comunidade. Dessa triangulação emerge a combinação da construção social do risco biofísico e social como um elemento transversal que dá forma ao resultado principal do artigo: a multiplicação das formas e dinâmicas de produção social do risco como um processo que vai mais além do risco de desastres e dos impactos das mudanças climáticas. Nesse sentido o termo “normalização da precariedade” proposto no título é uma provocação, um convite à investigação sobre a permanência intertemporal da precariedade na periferia paulista.
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