As mudanças nas relações do trabalho e dos modelos produtivos da garimpagem de ouro na região do Tapajós

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/dma.v62i0.82697

Palavras-chave:

garimpo de ouro, relações de trabalho, memória, meio ambiente

Resumo

O objetivo deste artigo é compreender como se desenvolveram as relações de trabalho, em compasso com as mudanças técnicas ocorridas nos garimpos de ouro na calha do rio Tapajós, sob a perspectiva de pessoas que neles atuaram nos anos 1950 a 1980. Secundariamente, o artigo analisa como a organização social, as moralidades, as práticas produtivas e as percepções dos garimpeiros quanto ao uso dos recursos naturais colidiram com os novos paradigmas relativos ao meio ambiente a partir da década de 1970. O método de análise articula a memória coletiva de ex-garimpeiros e estudos teóricos que discutem os contextos políticos, marcos legais e problemas que circundam a mineração artesanal e de pequena escala. Percebe-se a frente econômica da garimpagem na condição de liminaridade, apesar de sua relevância econômica para as cidades e comunidades da região. Com grande capacidade de absorção de mão de obra, a economia garimpeira estrutura-se em condições de informalidade e ilegalidade, e seus métodos de produção apresentam alto potencial de degradação do meio ambiente. Produtos utilizados nos garimpos e rejeitos deles derivados prejudicam significativamente o ecossistema aquático na bacia do Tapajós e ameaçam a segurança alimentar das comunidades tradicionais e povoados vizinhos às zonas garimpeiras. A despeito das normas referentes a essa modalidade de exploração mineral, a União tem sido incapaz de controlar e regular efetivamente a mineração de pequena escala no país, e resta uma distância imensa entre a prescrição e a prática nos garimpos do Tapajós.

Biografia do Autor

Carlos de Matos Bandeira Junior, Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Santarém, PA

Professor no curso de Comunicação Social - Jornalisno do Instituto Esperança de Educação Superior. Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento (PPGSND/Ufopa). Mestre em Ciências da Sociedade pela Universidade Federal do Oeste do Pará. Antropólogo pela Universidade Federal do Oeste do Pará. Comunicador Social pelas Faculdades Integradas do Tapajós. 

Luciana Gonçalves Carvalho, Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Santarém, PA

Doutora em Ciências Humanas-Antropologia (PPGSA/UFRJ, 2005). Professora Associada na Universidade Federal do Oeste do Pará, atuando nos cursos de graduação em Antropologia, mestrado em Ciências da Sociedade e doutorado em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento (Ciências Ambientais). Professora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da UFPA. 

Publicado

2023-10-07

Como Citar

Bandeira Junior, C. de M., & Carvalho, L. G. (2023). As mudanças nas relações do trabalho e dos modelos produtivos da garimpagem de ouro na região do Tapajós. Desenvolvimento E Meio Ambiente, 62. https://doi.org/10.5380/dma.v62i0.82697

Edição

Seção

Artigos