Quando o neoextrativismo chega aos corpos e territórios: agronegócio, processos de vulnerabilização e colonialidade
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v57i0.76686Palavras-chave:
agronegócio, agrotóxicos, processo saúde-doença, neoextrativismo, colonialidadeResumo
O agronegócio, modelo produtivo hegemônico no Brasil e em diversos países do Sul Global, tem se expandido, nas últimas décadas, atrelado a numerosos impactos à saúde humana e ao ambiente. Na Chapada do Apodi (CE), as comunidades têm sido encurraladas por grandes empresas de fruticultura irrigada, algumas delas de capital transnacional, que utilizam um enorme volume de fertilizantes químicos e agrotóxicos em suas plantações, afetando não somente os(as) trabalhadores(as) dessas empresas, como também os(as) moradores(as) que vivem no entorno desses empreendimentos. A partir da apresentação dos principais estudos e pesquisas realizados no território da Chapada do Apodi sobre os impactos do agronegócio à saúde humana e ao ambiente, com ênfase para uma pesquisa que investigou as relações entre exposição aos agrotóxicos e o nascimento de crianças com más-formações congênitas e puberdade precoce na comunidade de Tomé, discute-se os processos de desterritorialização e vulnerabilização, engendrados pelo agronegócio, que são responsáveis pelos desequilíbrios no processo saúde-doença dos sujeitos locais. Por meio de um referencial teórico crítico, é construída uma reflexão sobre os contextos macroestruturais de dominação do capital, nos últimos anos representado pelo neoextrativismo, e a perpetuação de uma colonialidade do ser, do saber e do poder. O resgate dos saberes dos povos originários, como o Buen Vivir, e a busca diversa e coletiva por caminhos de emancipação traz pistas para superar essas assimetrias e injustiças, numa perspectiva decolonial.
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