O papel das Cadeias Curtas de Comercialização na construção de um modelo de desenvolvimento rural sustentável no semiárido nordestino: o caso da Central de Comercialização da Agricultura Familiar do Rio Grande do Norte (CECAFES)

Autores

  • Letícia de Souza Amaral Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Carine de Jesus Santos Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Cimone Rozendo de Souza Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Thales Augusto Medeiros Penha Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Joaquim Pinheiro de Araújo Universidade Federal Rural do Semiárido

DOI:

https://doi.org/10.5380/dma.v55i0.74160

Palavras-chave:

sistemas agroalimentares alternativos, circuitos curtos de comercialização, convenções de qualidade

Resumo

Há aproximadamente duas décadas observa-se uma tendência mundial de valorização dos chamados circuitos curtos de comercialização. Estes são concebidos, por governos, organizações da sociedade civil e academia, como estratégias importantes na conformação de um sistema agroalimentar, alternativo, baseado em modelos produtivos mais sustentáveis e em formas mais justas de consumo. As análises contidas neste artigo procuraram compreender em que medida os circuitos curtos criados pela Central de Comercialização da Agricultura Familiar (CECAFES), no Estado do Rio Grande do Norte - Brasil, têm potencial para colocar em curso um modelo de produção e consumo mais sustentável na região semiárida, conforme sugerido pela literatura. A partir da pesquisa de campo com 15 agricultores (representantes dos mais de três mil agricultores do semiárido), recuperou-se a trajetória de formação dessa cadeia, destacando o papel dos produtores, dos consumidores e dos atores externos a ela vinculados. Os resultados revelam o protagonismo dos agricultores e suas organizações na garantia de volume e diversidade de produtos, sobretudo os agroecológicos. A aproximação com os consumidores tem ensejado a busca por novas formas de certificação da produção orgânica, ampliando rendimentos e abrindo outros canais de comercialização. Já do ponto de vista dos consumidores há uma percepção muito imprecisa sobre o papel que estes podem cumprir na sustentação dessas cadeias. A opção por esse tipo de mercado é orientada, em grande medida, por preocupações ligadas à sua própria saúde, pelos baixos preços ou comodidade na locomoção, revelando pouco compromisso social. Apesar da importância desses circuitos, a emergência de um sistema agroalimentar alternativo, fundamentado em novas formas de racionalidade socioeconômicas e ambientais, em especial por parte dos consumidores, podem ser comparadas a brotos ou sementes de uma transição desejada (Ploeg, 2008) que ainda terá um longo caminho a percorrer.

Biografia do Autor

Letícia de Souza Amaral, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Mestranda no programa de pós-graduação em Estudos Urbanos e Regionais pela mesma instituição.

Carine de Jesus Santos, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Bacharel em Ciências Contábeis, pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Mestra em Ciências Sociais, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E doutoranda em Ciências Sociais, pela mesma instituição.

Cimone Rozendo de Souza, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

 Professora associada III da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, do Departamento de Ciências Sociais. Atualmente, atua nos Programas de Pós graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA) e Ciências Sociais (PPGCS).

Thales Augusto Medeiros Penha, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Professor do Departamento de Economia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Joaquim Pinheiro de Araújo, Universidade Federal Rural do Semiárido

Professor Adjunto III da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA).

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Publicado

2020-12-17

Como Citar

Amaral, L. de S., Santos, C. de J., Souza, C. R. de, Penha, T. A. M., & Araújo, J. P. de. (2020). O papel das Cadeias Curtas de Comercialização na construção de um modelo de desenvolvimento rural sustentável no semiárido nordestino: o caso da Central de Comercialização da Agricultura Familiar do Rio Grande do Norte (CECAFES). Desenvolvimento E Meio Ambiente, 55. https://doi.org/10.5380/dma.v55i0.74160

Edição

Seção

Sociedade e ambiente no Semiárido: controvérsias e abordagens